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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Administração Científica[1]

 

Administração Científica[1]



 

A administração científica é um modelo de administração criado pelo americano Frederick Winslow Taylor no fim do século XIX e início do século XX e que se baseia na aplicação do método científico  na administração com o intuito de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos.

 

Frederick Taylor

Taylor procurava uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em menos tempo sem elevar os custos de produção. Assim, ele observou que os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de padronização dos métodos de trabalho, o desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos operários e a forma de remuneração utilizada foram as principais falhas estudadas por Taylor.

Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos. O trabalho deveria ser decomposto, analisado e testado cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos os operários com a padronização do método e das ferramentas.

Os operários deveriam ser escolhidos com base em suas aptidões para a realização de determinadas tarefas (divisão do trabalho) e então treinados para que executem da melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria um incentivo para produzir mais.

Princípios da Administração Científica

Em seu segundo livro “Principles of Scientific Management” (Princípios de Administração Científica), publicado em 1911, Taylor apresenta seus estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz os quatro princípios fundamentais da administração científica:

Princípio de planejamento – substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos – sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e testado, seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução.

Princípio de preparo dos trabalhadores – selecionar os operários de acordo com as suas aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado para que atinjam a meta estabelecida.

Princípio de controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta.

Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja o mais disciplinado possível.

A teoria proposta por Taylor e que causou uma verdadeira revolução no sistema produtivo seguiu sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida alguma a precursora da Teoria Administrativa. Contribuíram para o desenvolvimento da administração científica: Frank e Lilian Gilbreth que se aprofundaram nos estudos dos tempos e movimentos e no estudo da fadiga propondo princípios relativos à economia de movimentos; Henry Grant que trabalhou o sistema de pagamento por incentivo; Harrington Emerson que definiu os doze princípios da eficiência; Morris Cooke que estendeu a aplicação da administração científica à educação e às administrações públicas; e Henry Ford que criou a linha de montagem aplicando e aperfeiçoando o princípio da racionalização proposto por Taylor.

As principais críticas a administração científica (AC) de Taylor são:

• Para os críticos a AC transformou o homem em uma máquina. O operário é tratado como apenas uma engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas.

• A padronização do trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de racionalizar o trabalho;

• A superespecialização do operário facilita o treinamento e a supervisão do trabalho, porém, isso reduz sua satisfação e ele adquire apenas uma visão limitada do processo;

• A AC não leva em conta o lado social e humano do trabalhador. A análise de seu desempenho leva em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção;

• A AC propõe uma abordagem científica para a administração, no entanto, ela mesma carece de comprovação científica e teve sua formulação baseada no conhecimento empírico;

• A AC se restringe apenas aos aspectos formais da organização não abrangendo por exemplo o conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais;

• A AC trata da organização como um sistema fechado sem considerar as influências externas.

Fontes
COELHO. José Márcio; GONZAGA. Ricardo Martins; Administração Científica de Taylor: O Homem do Tempo. Acessado em:
http://www.administradores.com.br
LLATAS. Dra. Maria Virginia; Administração Científica de Taylor.
Acessado em: Administração Científica de Taylor.ppt

 



[1] Por: Carlos Nivagara

Nocoes Basicas sobre Administração

 

Administração[1]

A Administração ou Gestão é a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar.1

O termo "administração" vem do latim administratione, que significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas.2

É uma área do conhecimento fundamentada em um conjunto de princípios, normas e funções elaboradas para disciplinar os fatores de produção, tendo em vista o alcance de determinados fins como maximização de lucros ou adequada prestação de serviços públicos.3 pessoas e recursos que se relacionem num determinado ambiente, orientadas para objetivos comuns.4

A Administração é frequentemente tomada como sinônimo de Administração de Empresas. Porém, isto somente faz sentido se o termo empresa foi considerado como sinônimo de organização, que significa os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim específico, um objetivo. O adequado é considerar a Administração de Empresas subárea da Administração, uma vez que esta trata de organizações que podem ser públicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos.5

A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra em meados do Século XIX, levou profissionais de outras áreas mais antigas, a exemplo da Engenharia, a buscar soluções específicas para problemas que não existiam antes. Assim, a aplicação de métodos de ciências diversas, para administrar estes empreendimentos, deu origem aos rudimentos da Ciência da Administração.4

Há autores que consideram a Administração uma área interdisciplinar do conhecimento, uma vez que se utilizaria de métodos e saberes de diversas ciências, como Contabilidade, Direito, Economia, Filosofia, Psicologia, Sociologia, etc.6

Não se deve confundir a gerência de uma casa ou da vida pessoal, que tem sua arte própria, porém empírica, com a administração de uma instituição. A gerência corporativa requer conhecimento e aplicação de diversos modelos e técnicas administrativas, ao passo que a gerência pessoal pode ser feita por pessoas sem qualificações adicionais.7 Como exemplo de dependência da Ciência da Administração, para funcionar de forma empresarial, estão as Instituições de Direito Público ou Instituições de Direito Privado, criadas, respectivamente, para finalidades sociais ou fins lucrativos.

Administração e sua Pratica[2]

O ensino de Administração e, a sua prática no mundo das organizações sempre esteve associado a idéia-força de melhorar o desempenho através do treinamento sistemático. 

Nada mais simples de entender e nada mais complexo para ser colocado em prática efetiva.  

Simples, porque as organizações – grandes ou pequenas, públicas ou privadas, lucrativas ou não lucrativas – são na essência associações de pessoas, agindo predominantemente de acordo com suas experiências, percepções e motivações, que carecem por isso de uma certa identidade de propósitos e intenções para que seus esforços produzam resultados previsíveis e desejáveis. O que pode ser obtido através de treinamento, nas suas mais variadas formas.

Complexo, no entanto, porque é meio vaga a idéia do que seja uma organização eficiente, dotado das características positivas, resultantes de consenso e aprovação.

Adicionalmente, é necessário considerar que as profissões como forma operacional de atuação no contexto de uma sociedade, aparecem e se desenvolvem em consequência de sua utilidade social. O Administrador é ou, deve ser para as organizações, o que representa o Médico para a saúde de cada um de nós.

Nesse particular, qual seria o respaldo e a proposta profissional da Administração? Qual o grau de internalização pela sociedade brasileira em particular e outras em escala global que passarão a incorporar novas demandas face a novos e complexos cenários emergentes? De valores como eficiência, inovação, ética, racionalidade na aplicação de recursos e na obtenção de resultados que formam a base valorativa da Administração? Qual a importância e a receptividade dadas, em nossa sociedade, ao Administrador como especialista na promoção daqueles valores maximizantes de recursos naturais, humanos e especializados?

Essas questões e indagações encerram, a um só tempo, as dificuldades e o destaque da Administração, como uma das mais importantes áreas de estudos que foi no final do século passado recente e neste novo século e milênio que se inicia. Tanto, pelo número cada vez maior de pessoas, em todos os países, que com a Administração vem se envolvendo, como pelo rítmo crescente e constante com que se vai descobrindo e constatando que, em qualquer forma de associação humana, só existe um talento capaz de transformar propostas em fatos concretos, países e regiões subdesenvolvidas em sociedades afluentes, ideais de liberdade, em instituições permanentes: o talento de natureza empreendedora e gerencial próprio do administrador

É natural, portanto que, a preocupação com o ensino de Administração tenha aparecido muito cedo na história de quase todos os países. Embora, cada um tenha cumprido uma evolução própria, até alcançar as soluções compatíveis com suas necessidades. Algumas soluções mundialmente  conhecidas, seguidas e celebradas.

As Três Eras da Administração do Século XX 

Era Clássica

1900 – 1950

. Inicio da Industrialização

. Estabilidade

. Pouca mudança

. Previsibilidade

. Regularidade e certeza

. Administração Científica

. Teoria Clássica

. Relações Humanas

. Teoria da Burocracia

Era Neoclássica

1950 – 1990

. Desenvolvimento Industrial

. Aumento da mudança

. Fim da previsibilidade

. Necessidade de inovação

. Teoria Neoclássica

. Teoria Estruturalista

. Teoria Comportamental

. Teoria de Sistemas

. Teoria da Contingência

Era da Informação

Após 1990

. Tecnologia da Informação

. Globalização

. Ênfase nos serviços

. Aceleração da mudança

. Imprevisibilidade

. Instabilidade e incerteza

Ênfase na:

Produtividade

Qualidade

Competitividade

Cliente

Globalização

Fonte: Chiavenato, I. 2.000:657

 Hoje exige-se do Administrador possuir e combinar as seguintes habilidades necessárias e indispensáveis na função de gestor de organizações:

Habilidade Técnica – é a capacidade de aplicar conhecimentos técnicos, métodos e equipamentos necessários à execução de tarefas específicas. É adquirida através da experiência, da educação e do treinamento. 

Habilidade Humana – é a capacidade e o discernimento para trabalhar com e por meio de pessoas, incluindo o conhecimento do processo de motivação e a aplicação eficaz da liderança.

Habilidade conceitual – é a capacidade de compreender a complexidade das organizações como um todo e onde cada área específica se enquadra nesse complexo. Permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e não em função de metas e necessidades imediatas do próprio grupo.           

Hoje, como resultado das reflexões e ações ocorridas em diferentes momentos, capitaneadas pelo sistema Conselho Federal de Administração – CFA; Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração – Angrad, com a colaboração e apoio do Ministério da Educação e Cultura – MEC, há um esforço do Sistema de Ensino Superior em Administração do Brasil (faculdades e universidades) em perseguir e  alcançar  de forma crescente e consistente a formação do Administrador com tais características  e habilidades.

Com base nas proposições apresentadas no documento Diretrizes Curriculares para o Curso de Administração, que atualmente encontra-se em tramitação e apreciação no Conselho Nacional de Educação – CNE, para aprovação, vamos, para fins de reflexão, agregar mais elementos referentes ao perfil e habilidades indispensáveis ao Administrador. 

O que se pretende alcançar?

O perfil que o processo pedagógico deve garantir que o graduando demonstre ao final do curso, necessariamente, envolve: internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional; formação humanística e visão global que o habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente; formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática profissional em consonância com as demandas mundiais, nacionais, regionais e locais; competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações; capacidade  de atuar em equipes multidisciplinares; capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança. 

As habilidades que contribuem para a formação do perfil do profissional desejado envolvem: habilidade de comunicação interpessoal e expressão correta nos documentos técnicos específicos e de interpretação da realidade das organização; habilidade de utilização de raciocínio lógico, crítico e analítico, operando com valores e formulações matemáticas e estabelecendo relações formais e causais entre fenômenos: habilidade de interagir criativamente face aos diferentes contextos organizacionais e sociais; habilidade de demonstrar compreensão do todo administrativo, de modo integrado, sistêmico e estratégico, bem como de suas relações com o ambiente externo; habilidade de lidar com modelos de gestão inovadores; habilidade de resolver situações com flexibilidade e adaptabilidade diante de problemas e desafios organizacionais; habilidade de ordenar atividades e programas, de decidir entre alternativas e de identificar e dimensionar riscos; habilidades de selecionar estratégias adequadas de ação, visando a atender interesses  interpessoais e institucionais; habilidade de selecionar procedimentos que privilegiem formas de atuação em prol de objetivos comuns.  

O que deve ser ensinado?

A Resolução N. 02, Conselho Federal de Educação (CFE) de 04 de outubro de 1993, estabelece que os conteúdos adotados como objeto de trabalho para o desenvolvimento das habilidades envolvem matérias de formação básica e instrumental, matérias de formação profissional e tópicos emergentes.

A origem e construção do conhecimento administrativo apresenta diferentes vertentes e contribuições. Iniciemos pelos filósofos [ Sócrates (470 ª C. – 399 ªC); Platão (429 ª C. – 347 ªC); Aristótales (384 ªC. –322 ª. C.; Miccolo Machiavelli (1.469 – 1.527); Francis Bacon (1.561-1626); René Descartes (1.596-1650); Thomas Hobbes (1.588-1.679); Jean-Jacques Rousseau (1.712-1.778); Karl Marx (1.818-1.883)]. A influência da organização da Igreja Católica, nos ensina por exemplo que sua organização hierárquica  é tão simples e eficiente que sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada de forma mediata por uma autoridade divina superior. A influência militar com a colaboração dos conceitos de: unidade de  comando, linha, centralização, descentralização, estratégia. Nunca devemos esquecer que as organizações operam numa arena de guerra. Conhecer a vida e a obra de figuras como: [Napoleão Bonaparte (1.769-1.821); Frederico II, o Grande (1.712-1.786); Karl von Clausewitz (1.780-1.831)]. A influência da Revolução Industrial onde foi gestada a Administração na forma como hoje a conhecemos. É impossível apreender e compreender a essência da Administração sem compreender o que representou a Revolução Industrial. A influência dos Economistas Liberais, principalmente de figuras como: [ Adam Smith (1.723 – 1.790) e Joseph Schumpeter (1911)]. A influência dos Pioneiros e Empreendedores nas figuras por exemplo de: [John David Rockefeller (1.839 – 1.937); Adolf von Bayer (1.835 – 1917)]. A influência do eng. Mecânico Frederick Winslow Taylor (1.856-1915), considerado o fundador  da Administração Científica e  Henri Fayol (1.841 – 1.925). A influência do psicólogo George Elton Mayo (1.880 – 1.949) por ter liderado a Experiência de Hawthorne. A influência do sociólogo Max Weber (1.864 – 1.920) com seus estudos sobre burocracia e tipos de sociedade e autoridade. A influência da matemática com as contribuições, entre outras, da Teoria dos Jogos proposta pelos matemáticos Johann von Neumann (1.903 – 1.957) e Oskar Morgenstern (1.902 – 1.962). A influência da biologia pela notável contribuição do biólogo L. von Bertalanffy, pelas idéias contidas na Teoria Geral dos Sistemas (1.950).  

Todas essas vertentes, por si só, dispensam enfatizar a importância das matérias de formação básica e instrumental para o Administrador como a Sociologia, Psicologia, Matemática, Informática, Filosofia, Estatística, Economia, Direito e Contabilidade.

Infelizmente, não se sabe ainda, se é por desinformação, falta de articulação de conteúdos, baixa aderência de alunos e professores ou despreparo geral. Tais conteúdos em muitas de nossas escolas de Administração são apresentados e desenvolvidos de forma superficial e inconsistente. Temos comentado com diferentes públicos que um dos maiores desafios atuais para o ensino e domínio da ciência administrativa para uma posterior prática correta, é superar a postura de superficialidade com que são tratadas e desenvolvidas as matérias de formação básica e instrumental de nossos cursos de graduação. Entretanto esses desafios, junto com as matérias de formação profissional (Teorias da Administração, Mercadologia, Recursos Humanos, Finanças e Orçamento, Produção e Logística) e Tópicos Emergentes que envolvem hoje temas como: ética, globalização, ecologia e meio ambiente, constituem um cenário promissor de desafios e novas perspectivas. O conjunto de ações e políticas contidas no bojo das Diretrizes Curriculares para o Curso de Administração e sua operacionalização efetiva pelos agentes da educação superior (universidades e faculdades), sinalizam uma visão consistente para as perspectivas e possíveis tendências a seguir prospectadas.

III – Perspectivas 

Seguramente, nos próximos anos, assistiremos  o fim da forma organizacional de hoje (a organização burocrática) e veremos o surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas da pós-industrialização. Resultado de: a) Mudanças rápidas e inesperadas, principalmente no campo do conhecimento, impondo novas e crescentes necessidades a que as atuais organizações não têm condições de atender. b) Crescimento no tamanho das organizações, que se tornam complexos e internacionais. c) Atividades novas que exigem pessoas de competências diversas, criatividade e altamente especializadas, envolvendo problemas de coordenação e, principalmente, de acompanhamento das rápidas mudanças. 

Os Paradigmas das Novas Organizações

Modelo do Século XX

Aspectos

Protótipo do Século XXI

Divisão de trabalho e cadeia escalar de hierarquia

Organização

Rede de parcerias com valor agregado

Desenvolver a maneira atual de fazer negócios

Missão

Criar mudanças com valor agregado

Domésticos ou regionais

Mercados

Globais

Custo

Vantagem competitiva

Tempo

Ferramenta para desenvolver a mente

Tecnologia

Ferramenta para desenvolver colaboração

Cargos funcionais e separados

Processo de trabalho

Equipes de trabalho interfuncionais

Homogênea e padronizada

Força de trabalho

Heterogênea e diversificada

Autocrática

Liderança

Inspiradora

Fonte: Chiavenato, I. 2.000:689 

Como ficará a Administração? Seu ensino? Seu aprendizado? Sua aplicação no mundo real das organizações?

Certamente, por suas caracteristicas multi e interdisciplinar ela não ficará isolada nesse dinâmico e conturbado contexto globalizado. As especialidades clássicas dentro da Administração como Recursos Humanos, Produção, Marketing, Finanças, etc. deverão cada vez mais serem tratadas em sua verticalidade (especialização) e na sua horizontalidade. A interdisciplinaridade deve, definitivamente marcar a substituição da especialização pela generalização. Não a generalização irresponsável,  descomprometida e superficial com as múltiplas e complexas variantes especializadas. Mas a capacidade de escolher o caminho certo na hora certa. Portanto, não é o conhecimento especializado – por certo necessário em toda atividade de natureza, no caso  administrativa e, em muitas outras áreas – que conta, mas a combinação com uma série de competências generalizadas e aparentemente fluidas. Ou seja, todo especialista de primeira linha é também no fundo um bom generalista. À Administração cabe a missão de construir a si própria no espaço e no tempo a identidade comum, capaz de orientar a atuação de todos os membros da organização quanto ao presente e futuro.    

Por si, hoje a tarefa de administrar apresenta variáveis e situações incertas e desafiadoras. O cenário que se projeta é de um sem-número de variáveis e transformações carregadas de ambiguidades e de incertezas. O Administrador se defrontará com problemas multifacetados e cada vez mais complexos com sua atenção disputada por eventos e por grupos situados dentro e fora da empresa que proporcionarão informações contraditórias, complicando o seu diagnóstico perspectivo e a sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar. São exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores, dos agentes regulamentadores. São os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta administração, dos subordinados, dos acionistas, dos governos, das organizações não-governamentais. 

Todas essas exigências, desafios e expectativas exigirão do Administrador uma combinação adequada e consistente das habilidades técnicas, humanas e conceituais, ora de cunho especializado, ora de cunho generalista. 

A Administração, por e através de seus agentes cada vez mais, necessitará compreender as normas, valores e visões do mundo dos colaboradores diretos, grupos, unidades e de toda a organização. A compreensão de tais questões, formam a base a partir da qual se prescruta  o futuro e se decide sobre os novos conhecimentos que são legítimos e os que não são. Trata-se portanto, de algo que ultrapassa a mera referência à visão/missão da organização, descrição de postos de trabalho, organograma e ferramentas a serviço da organização. As pessoas participam e contribuem para o seu conhecimento, para o conhecimento da organização onde trabalham, para a família, a igreja, o clube social, etc. Todas essas experiências de mão dupla, influenciam a maneira de ser da organização onde trabalham e vice-versa. 

A inovação e a criatividade organizacional constituir-se-ão no vetor da Administração. Serão tão importantes para a Administração quanto é hoje considerado o processo administrativo de planejar, organizar, dirigir e controlar

Caberá a Administração, tornar o conhecimento cada vez mais produtivo. Uma coisa é certa. Esse capital intangível provocará na estrutura de cargos, nas carreiras e nas organizações, mudanças tão dramáticas como as que resultaram na mudança da produção artesanal para a produção em série com a Revolução Industrial, operacionalizada por Taylor e seus seguidores. 

Nossas escolas de Administração deverão desenvolver de forma crescente e consistente competências de longo prazo para preparar o Administrador  polivalente/generalista/especialista, o cidadão socialmente responsável e o administrador político, comprometido com o bem-estar coletivo. Isto porque, diante do modelo de especialização flexível e dos novos conceitos de produção, em que a divisão técnica do trabalho se tornou menos evidenciada, com a integração do trabalho direto e indireto e a integração entre produção e controle de qualidade, onde o trabalho em equipe passou a substituir o trabalho individualizado e as tarefas do posto de trabalho foram eclipsadas pelas funções polivalentes, o conteúdo e a qualidade do trabalho do Administrador modificaram-se. 

O desenvolvimento do conteúdo informativo das atividades profissionais, a difusão das ferramentas de tratamento de informação e sua inserção em uma rede de informações e comunicação, desaparecerão progressivamente com as fronteiras tradicionais entre outros setores ( produção, armazenagem, distribuição), favorecendo a mobilidade entre os empregos, até agora separados em categorias isoladas. Assim, o trabalho estará crescentemente mais abstrato, mais intelectualizado, mais autônomo, coletivo e complexo. Cada vez mais, as funções diretas e indiretas estarão sendo incorporadas pelos sistemas técnicos e o simbólico se interpondo entre o objeto e o conteúdo do trabalho. O próprio objeto do trabalho, torna-se imaterial. Numa nítida constatação da migração de uma atividade centrada na competência técnica para uma competência interpessoal e conceitual.

As tarefas estarão se tornando crescentemente indeterminadas pelas possibilidades e usos múltiplos dos próprios sistemas e a tomada de decisões passa a depender, cada vez mais, da capacitação de uma multiplicidade de informações obtidas através de redes informatizadas. O trabalho repetitivo, prescritivo é substituído por um trabalho de arbitragem em que é preciso diagnosticar, prevenir, antecipar, decidir e interferir em relação à uma dada situação concreta de trabalho. A natureza deste tipo de trabalho reveste-se da imprevisibilidade das situações nas quais o Administrador ou o coletivo de Administrador, têm que fazer escolhas e opções todo o tempo, ampliando-se as operações mentais e cognitivas envolvidas nas suas atividades.

A passagem da democracia representativa para a democracia participativa, influenciará, significativamente, os membros da organização em todos os seus níveis. As organizações precisarão adotar um modelo de equalização do poder em substituição ao modelo atual de diferenciação hierárquica, para reduzir as diferenças impostas pela hierarquia de autoridade. A revolução política ora em curso nos países mais avançados, está implícita na seguinte afirmação: “ as pessoas cujas vidas são afetadas por uma decisão, devem fazer parte do processo que constrói esta decisão”. Essa passagem da democracia representativa – na qual as pessoas escolhem pelo voto aqueles que irão representá-las no processo decisorial da vida política de um país- para a democracia participativa- na qual as pessoas serão consultadas a respeito de suas opiniões e pontos de vista, de suas convicções e expectativas- é um dado importante na vida de alguns países e já vem ocorrendo no Brasil. A sociedade e a nação de hoje tendem ao pluralismo. Cada tarefa importante é confiada a uma grande instituição, organizada para durar sempre e ser dirigida por Administradores. Essa nova sociedade pluralista, dal qual estamos construindo, constituída por uma infinidade de instituições, traz desafios políticos, filosóficos e sociais que ultrapassam a compreensão dos Administradores.

O Terceiro Setor, ou setor sem fins lucrativos, deverá ser aquele que mais crescerá nas sociedades desenvolvidas deste novo século XXI.  É ali que a Administração Sistemática, aprendida e construida nas Faculdades e Universidades, baseada na teoria e guiada por princípios universalmente testados e aprovados, pode render maiores resultados em menos tempo. Basta pensar nos enormes problemas e desafios com que o mundo se defronta – pobreza, saúde, segurança, educação, tensões internacionais – que a necessidade de soluções administrativas e eticamente construídas se tornam  claras e urgentes. 

Aos que estudam, desenvolvem e praticam  Administração, caberá uma participação significativa no desenvolvimento da idéia de solidariedade. A administração por essência envolve participação e parceria para que as coisas possam acontecer. A grande palavra do século XXI deverá  ser a solidariedade. O profissional não pode estar alheio a este fato. A globalização tem efeitos tremendamente espetaculares, o que pode aumentar nossa riqueza na comunicação, nos conhecimentos que estamos desenvolvendo, na geração do conhecimento. Porém, esses processos também conduzem ao aumento de desigualdades sociais e nisto a questão da cidadania, a reação do profissional com a cidadania é cada vez mais importante. Demasiadamente influenciadas pela eficiência econômica, os profissionais muitas vezes se esquecem de que têm que buscar a igualdade social em suas gestões, têm que buscar, também, fortalecer a cidadania e fortalecer a igualdade social.

Outro grande desafio do século XXI será o multiculturalismo. O profissional de Administração não será alguém que tenha a multiculturalidade, mas que precisamente aproveite a multiculturalidade para enriquecer socialmente as organizações de que participa. Para compreender a dimensão desse desafio e saber explorá-lo construtivamente como é importante compreender sociologia, antropologia, política... para poder transitar entre diferentes realidades sociais e culturais neste mundo globalizado!

A Administração está percorrendo caminhos para constituir-se tanto em “ciência” como em “arte” e “técnica”. Há em Administração princípios, teorias, instrumentos e técnicas. Está emergindo uma linguagem comum da Administração e talvez até haja uma disciplina universal. Sem dúvida alguma, há uma função genérica mundial que chamamos de “administração” e que atende a mesma finalidade em toda e qualquer sociedade desenvolvida. Como decorrência, a Administração também é uma cultura de valores e crenças. Pode ser considerada a ponte entre uma civilização que está se tornando mundial e uma cultura que manifesta tradições, valores, crenças e patrimônios divergentes. A Administração precisa tornar-se cada vez mais um instrumento pelo qual a diversidade cultural passa a atender as finalidades comuns da humanidade. Porém, ao mesmo tempo, a Administração está sendo cada vez mais exercida dentro das fronteiras de uma única cultura, legislação ou jurisdição nacional. A Administração deve e pode, tornar produtivos os valores, as aspirações e as tradições do indivíduo, da comunidade e da sociedade, para atender a uma finalidade produtiva comum. Se a Administração não tiver êxito em colocar a funcionar o patrimônio cultural específico de um país, de uma região, de uma comunidade, não pode ocorrer o desenvolvimento social e econômico. 

A Administração se tornará, rapidamente, junto com a tecnologia, o recurso estratégico dos países desenvolvidos e a necessidade básica daqueles em desenvolvimento como o Brasil. Por constituirem-se em alvo de interesse específico de um setor, isto é, das instituições econômicas da sociedade, não só a Administração como também, os Administradores, estão se tornando segmento genérico característico constitutivo da sociedade desenvolvida. O que a Administração e os Administradores fazem, tornar-se-á, portanto e apropriadamente, cada vez mais uma questão de interesse público e não um assunto reservado aos “peritos”. A Administração se preocupará, cada vez mais, com a manifestação de crenças e valores, tanto quanto com a acumulação e conservação de resultados economicamente mensuráveis. Defenderá, cada vez mais, a qualidade de vida de uma sociedade quanto o seu padrão de vida.

Todavia, a mais importante mudança que o futuro reserva para a Administração é que, nos países desenvolvidos, as aspirações, os valores e, de fato, a sobrevivência, mesmo da sociedade, virão a despertar, cada vez mais, do desempenho, da competência e dos valores dos Administradores. A importante tarefa que está reservada à próxima geração é, portanto, tornar produtivas, para o indivíduo, à comunidade  e à sociedade, as novas instituições organizadas de nosso novo pluralismo. E, isso, é o que constitui acima de tudo, o novo papel da Administração, fundado na Ética, na Democracia, na Participação, no Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado, no respeito à Vida, no Pluralismo e na participação de todos dos resultados e bens da humanidade.

Auditoria de recursos humanos é um exame analítico e pericial da área de recursos humanos, uma medição dos sistemas de RH visando prevenir ou sanar os obstáculos, problemas que a empresa tenha com o seu pessoal. A auditoria de recursos humanos tem como função conduzir a análises de cargos, planejar a necessidade de funcionários e recrutar candidatos aos cargos, selecionar candidatos aos cargos, orientar e treinar novos empregados e administrar bônus e salários e também apontar sugestões e soluções. Quanto maior e mais descentralizada a organização, maior necessidade de uma cobertura sistemática.

Aconselhamento de carreira é uma atividade destinada a executivos em momento de crise de carreira.

Essas crises são originadas por desmotivação e queda de desempenho, assim, esta atividade ajuda empresas e executivos na análise e superação de impasses profissionais, que podem gerar atritos e risco de demissões indesejadas.

O processo inclui análise da situação, vida e/ou carreira, elaboração de programa individual para desenvolvimento da carreira, bem como o monitoramento do programa (coaching).

 



[1] Por: Carlos Nivagara

[2] Por: Carlos Nivagara