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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

O papel do homem e da mulher no casamento

 

O sucesso do relacionamento familiar e a durabilidade do casamento também dependem do modo como o marido e a esposa desempenham seus papéis conjugais e sociais.

Tanto na sociedade como na família, exercemos funções importantes: a de marido ou esposa, a de pai ou mãe, a de filho ou filha, a de irmão, a de provedor, a de educador, a de amigo, a de patrão ou empregado, a de pastor ou ovelha, a de aluno ou professor etc., e precisamos exercê-las com sabedoria e excelência.

De um modo geral, podemos afirmar que o homem é mais lógico e racional do que a mulher. O papel social dele, designado por Deus em Gênesis 2.15, é proteger, prover e liderar a família.

O Senhor o capacitou para lavrar o jardim do Éden, cuidar dele e guardá-lo. Todas as regras lhe foram dadas pelo Criador. Por isso, após a queda, Deus não cobrou tais responsabilidades diretamente da mulher. Cobrou do homem.

Quando Adão e Eva desobedeceram e comeram o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus dirigiu a palavra primeiro ao homem (Gênesis 3.9), pois sobre este pesava a responsabilidade de desempenhar bem a função de líder, protetor e provedor do jardim. Assim, até hoje, quando o homem não cumpre com suas atribuições, transferindo para a esposa a responsabilidade dele como líder e provedor, enfrenta problemas em casa.

E quanto ao papel da mulher? Biblicamente falando, compete à mulher ser adjutora, ou seja, auxiliar do marido na missão de proteger, prover e liderar a família. Deus delegou à mulher uma função de extrema importância na família. A mulher foi criada com intuição e sensibilidade mais aguçadas que as do homem, para equilibrar os relacionamentos familiares, agindo como uma sábia mediadora, trazendo harmonia ao lar. Por isso, em Provérbios 14.1, é dito que toda mulher sábia edifica a sua casa.

Podemos afirmar, então, que a mulher é quem edifica a casa, mas compete ao homem fornecer proteção e o material para sua edificação. A mulher não pode construir a partir do nada. O provedor tem de desempenhar bem seu papel. Como líder, ele tem de dispor tudo o que for preciso para a esposa edificar a família, evitando que a esposa se sobrecarregue com todo o trabalho.

Tanto na educação dos filhos como no relacionamento conjugal e nas tarefas domésticas, a mulher edifica a casa, mas é o esposo que provê os meios necessários, cooperando com ela.

Embora a mídia secular dissemine o discurso de que os papéis tradicionais do homem e da mulher no casamento não sejam mais viáveis, hoje, numa sociedade em que a mulher ascendeu profissionalmente e que as famílias não têm mais a mesma estrutura nuclear devido a divórcios e novos casamentos ou “produções independentes”, devemos continuar enxergando os papéis do marido e da mulher à luz da Palavra de Deus, a fim de que os vínculos afetivos que ligam o casal sejam saudáveis e redundem em bênçãos para os cônjuges, para seus descendentes, para a Igreja e para a sociedade como um todo.

Sendo assim, tendo em vista a atual conjuntura econômica, entendemos que a esposa pode até ganhar um salário maior do que o marido, ser profissionalmente mais bem preparada e obter melhores oportunidades no mercado de trabalho; contudo, como mulher sábia, ela deve continuar exercendo seu papel de adjutora idônea.

A mulher sábia não inverte os papéis nem age de maneira arrogante, a fim de não humilhar o marido e não minar a liderança dele. Se fizer isso, estará agindo como uma tola, que, em vez de edificar, destrói sua casa com as próprias mãos, e a família toda sofrerá com problemas de ordem espiritual, emocional e até material, podendo desagregar-se com a separação do casal.

HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

 

HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Compilação: Equipe Portal de Contabilidade

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.

A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.

 

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros.

 

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

 

Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.

A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.

PERÍODO ANTIGO

A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.

Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. 

As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem registrava os seus primeiros desenhos e gravações.

Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos.

Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas.

Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes.

Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes" , por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação",   se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem" .

Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.

O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual.

Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa.

Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo.

A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros.

As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.  

Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário. 

Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária.

NA BÍBLIA

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores.

No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! (Gênesis 41.49).

Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.

Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-17.

Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).

Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada (Mateus 18.23-27).

Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.

PERÍODO MEDIEVAL

Em Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci" , de Leonardo Pisano.

Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros.

A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.

PERÍODO MODERNO

O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período: em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália; em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus; em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controlo das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que reflectissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

FREI LUCA PACIOLI

Escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:

"Per " , mediante o qual se reconhece o devedor;

"A " , pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial.

Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores.

PERÍODO CIENTÍFICO

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. 

A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário. 

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. 

Foi o inicio da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade.  O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se  a fase de predominância norte-americana dentro da Contabilidade.

ESCOLA NORTE-AMERICANA

Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas européias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância.

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo.

Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações,  aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia.

NO BRASIL

No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas informações mais precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria e Atuarial.

São áreas de analise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um profissional raro, há a especialização em estimativas e análises; o mercado para este cresce em virtude de planos de previdência privada. História da Contabilidade

 

 

 

 

 

 

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Crescimento economico

 

1.Introdução

O presente trabalho é um exercício científico baseado em consulta bibliográfica em torno do crescimento económico.

Numa visão conceitual crescimento económico é a presença de transformações económicas e sócias no processo continuado a longo prazo de aumento da capacidade de oferecer a população maior quantidade e diversidade de bens e serviços.

  Neste sentido, a produtividade estimula o progresso económico. Foi através do aumento da produção por unidade de Input no tempo que a raça humana conseguiu comandar as forças da Natureza e, neste processo, moldou-se como cultura (CASTELLS, M. 2000).

Segundo a escola neoclássica, crescimento económico é determinado pela variação do PIB e sua relação com o crescimento demográfico de um país. Nos fins da década de 50, o pensamento neokeynesiano buscou entender o crescimento económico como um processo.

O crescimento económico, nos dias actuais, é avaliado pela sua capacidade qualitativa de gerar riquezas e não mais quantitativa, como pensava-se no início do século XX. Todo crescimento económico específico de um país apresenta origens históricas enraizadas.

O crescimento não deve ser compreendido somente no foco do aumento do produto per capita, mas num conjunto de processos dinâmicos nas actividades produtivas. Toda actividade produtiva tem em si fases de planeamento e acções com início, meio e fim susceptíveis a mudanças tecnológicas e económicas.

Empresas, instituições e grupos de trabalho compõem um mercado que induz e necessita de constante renovação tecnológica, novas formas de gestão e coordenação administrativa que influenciam na expansão do crescimento. O crescimento de um país está ligado à inovações tecnológicas, à investimentos em educação que assegure a distribuição de renda.

Deve-se considerar, que para um país crescer, é de suma necessidade a oferta de capital humano e a capacidade de consumo da população. A qualidade de vida e consumo de uma determinada faixa da população impulsiona o crescimento económico de uma nação.

 

 

2.Conceituação:

O crescimento económico pode ser definido como sendo o aumento sustentado de uma unidade económica durante um ou vários períodos longos. A sua avaliação faz-se através da análise de certos índices: Produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB).

Por outro lado, segundo Kuznets crescimento económico, é a presença de transformações económicas e sociais no processo continuado a longo prazo de aumento da capacidade de oferecer a população maior quantidade e diversidade de bens e serviços.

3.Desenvolvimento teórico

Nas condições identificadas por Kuznets, para diferenciar o crescimento económico moderno, há uma alusão directa as transformações estruturais que acompanham e viabilizam o aumento sustentado do produto per capital. É o próprio Kuznets, que explica a relevância dessas condições de mudanças estrutural. ”Um qualquer período longo implica uma interacção entre mudanças tecnológicas e inovação e não apenas com alterações institucionais mas também com mudanças nas crenças geradas pelas sociedades que nele participam.” (Kuznets,1966).

O crescimento económico, de longo prazo e indissociável da mudança estrutural e da inovação, desenvolvendo analise sobre o comportamento dinâmico das economias exteriores a marco-modelos de equilíbrio geral.

Resumindo, na longa duração encontramos duas temáticas que a ciência económica tem diferenciado: (1) O crescimento per capital sustentado e a identificação dos factores que o determinam; (2) A mudança estrutural e a inovação entendidas como traços distintivos da performance diferenciada de longo prazo que o capitalismo reveste face a outros sistemas de organização económica e social.

A taxa de variação do produto tributária dos desenvolvimentos que o sistema de Contas Nacionais tem experimentado ao longo do tempo, do ponto de vista do afinamento da medida do produto que essa evolução configura. Quer se utilize a via do produto per capital (Produto/População) ou a da produtividade (Produto/Activos, empregados), ambos os indicadores dependem, no respectivo numerador, da medida rigorosa do produto.

 

 

3.1.O cálculo de taxas de crescimento

Como ponto de partida para a análise dos indicadores acima referidos, e tomando como ilustração o produto ou rendimento por habitante, (também habitualmente designado por rendimento per capital ou RPC),em termos estáticos este indicador e dado pelo quociente:

O cálculo das taxas de crescimento obriga a resolver previamente duas questões. A primeira, diz respeito ao modelo de taxa a adoptar, consoante se admita um tempo discreto ou continuo. A segunda, esta ligada a necessidade de taxa calculada representar, tanto quanto possível, a tendência de crescimento da economia, independentemente de flutuações conjunturais.

Dado que o crescimento económico e um fenómeno de longo prazo, a taxa de crescimento deve exprimir basicamente a variação do produto independentemente das flutuações de curto prazo.    

3.2.Factores de crescimento económico

v  Capital físico

v  Capital humano

v  Progresso técnico

3.2.1.Capital humano

Não há produção sem trabalho humano enquanto factor de crescimento, o valor do capital humano deve ser considerado fundamentalmente como o valor da formação que as pessoas adquiram os saberes, ou seja, a sua componente quantitativa, tem a ver, não com a medição do capital humano, mas sim com a capacidade dessas pessoas de contribuírem para o processo produtiva.

3.2.2.Progresso técnico

Progresso técnico distingue-se do capital físico e do humano, porque inclui aspectos quantitativos.

3.4.  Fases de crescimento económico segundo Rostow  

Walt whitman Rostow, (1917-2003) tentou encontrar um padrão explicativo de crescimento económico aplicável a todas as economias.

Assim, admitiu que o crescimento surge quando um país consegue romper com os bloqueios e resistências próprias das sociedades tradicionais.

3.5.O crescimento económico de um país atravessaria cinco fases em sequência:

A sociedade tradicional, a fase dos pré-condições para o tare-off, a fase de tare off (descolagem), a fase de caminho para a maturidade e a fase de grande consumo de massa.

ü  As sociedades tradicionais baseadas na agricultura, aplicando a produção ciência e tecnologia moderna, onde impera o fatalismo.

ü  As fases das pré-condições param o tare-off em que se generaliza uma atitude favorável ao progresso, melhor o acesso a educação, incrementa-se o sistema financeiro e surgem empresas industriais modernas com novos métodos de gestão.

Estes elementos de progresso mantém-se limitados a alguns sectores da sociedade.

ü  A fase de tare-off (descolagem) e a fase da grande expansão das forcas de progresso o crescimento económico começa a ser um facto normal. A taxa de investimento em propagação do PIB aumento fortemente, novos sectores industrias expandem-se rapidamente, com perda  de peso da agricultura quer na população empregue no PIB. As zonas urbanas expandem-se também de uma forma acelerada.

ü  A fase do caminho para mutualidade

Em que o investimento se mantem com uma percentagem elevada do PIB, a economia se insere no comercio internacional, a tecnologia continua a processos mais complexos e avançados.

ü  Fase de grande consumo de massa

E a fase em que os sectores motores da economia passam a ser os sectores industriais de bens de consumo duradouro e os serviços se alargam enormemente os recursos gastos no bem-estar social (estado providencia) e a fase da soberana do consumidor

 

 3.6.Teoria do crescimento económico (As dinâmicas grandiosas de Smith e Malthus) 

 Até os primeiros economistas procuraram uma explicação da evolução do produto e dos salários.

Os preços e as produções dependem somente do trabalho. Cada mercadoria transacciona-se a preços que são proporcionais à quantidade de trabalho exigida para a produzir. Se um castor levasse duas vezes mais tempo a procurar e a caçar do que um veado então o castor custaria duas vezes mais do que o veado. Numa economia em que os preços são determinados pela quantidade de trabalho com que cada bem é produzido vigora a “teoria do valor trabalho”.

Numa economia com a descrita por Smith, o custo médio do trabalho determinaria o preço independentemente do número de bens que houvesse. A oferta e a procura estavam a funcionar na idade de ouro e a situação é tão simples que não se necessita a elaboração de uma teoria para a explicar. As curvas de oferta de longo prazo para os diferentes bens são simplesmente linhas horizontais de custos médios e portanto os preços são determinados pelos custos de trabalho.

Os salários correspondem a totalidade do rendimento nacional, dado que nada é subtraído para a renda da terra ou para juro do capital. O produto cresce em correspondência com a população e aterra não é limitativa do produto, pelo que não se verificam rendimentos decrescentes. O salário real por trabalhador é portanto constante ao longo do tempo.

3.7.Crescimento económico com Acumulação de Capital: O Modelo Neoclássico

Embora os economistas clássicos salientassem o papel da escassez da terra no crescimento económico, a história regista que os empresários e o capital e não os proprietários de terra e a terra, passaram desde o início do século XIX a ser os maestros da banda. A terra não passou a ser cada vez mais escassa. Ao invés, a Revolução Industrial trouxe equipamento cada vez mais poderoso que aumentou a produção, fabricas que juntaram equipas de trabalhadores em empresas gigantes, caminhos-de-ferro e navios a vapor que puseram em contacto os pontos mais afastados do globo e ferro e aço que tornaram possível maquinas mais fortes e locomotivas mais rápidas.

Quando as economias de mercado entraram no século XX surgiram importantes ramos de actividade em torno dos telefones, dos automóveis e da energia eléctrica. A acumulação de capital e as novas tecnologias tornaram-se a força dominante que afecta o desenvolvimento económico.

Para compreender como a acumulação de capital e progresso tecnológico afectam a economia, temos de considerar o modelo neoclássico de crescimento económico. Esta abordagem foi iniciada por Robert Solow, do MIT, que foi galardoado com o premio Nobel de 1987 por esta e outras contribuições para a teoria do crescimento económico.

3.8.Pressupostos Básicos

O modelo neoclássico de crescimento descreve uma economia em que é produzido um único produto homogéneo por dois tipos de factores, o capital e o trabalho. Ao contrário da analise de Malthus, o crescimento do trabalho é determinado por forças exteriores a economia e não é afectado pelas variáveis económicas.

O capital consiste nos bens duráveis como fabricas e habitações, equipamento como computadores e máquinas-ferramentas e existências em armazéns de bens acabados ou em vias de fabrico.

Em concorrência perfeita e sem risco ou inflação, a taxa de rendibilidade do capital é igual a taxa de juro real das obrigações de outros activos financeiros.

Analisando agora o processo de crescimento económico, os economistas salientam a necessidade de intensificação do capital, que é o processo pelo qual a quantidade de capital por trabalhador aumenta ao longo do tempo.

3.9.Progresso Tecnológico e Crescimento Continuo

O progresso tecnológico corresponde às alterações no processo de produção ou à introdução de novos produtos de tal forma que pode ser obtida uma maior quantidade, ou um produto melhor, a partir do mesmo conjunto de factores.

Na maior parte dos casos, os avanços tecnológicos do tipo gradual e não publicitado de pequenas melhorias aumentam a qualidade ou a quantidade do produto. Contudo, ocasionalmente, alterações da tecnologia dão origem a títulos de jornais e produzem imagens inesquecíveis.

O progresso tecnológico significa que pode ser produzido mais produtos com as mesmas contribuições de capital e de trabalho.

 

 

 

3.10.As Tendências e as Fontes do Crescimento Economico

Nas economias de mercado avançadas o crescimento económico é determinado fundamentalmente pelo crescimento dos factores de produção (em especial do trabalho e de capital) e pelo progresso tecnológico.

3.11.Sete Tendências Básicas do Desenvolvimento Economico

ü  A população e a população activa aumentaram mas segundo uma taxa mais moderada do que o capital existente, donde resultou a intensificação do capital;

ü  Houve uma forte tendência de aumento do nível dos salários reais;

ü  A parcela dos salários e ordenados no rendimento nacional aumentou muito ligeiramente a longo prazo;

ü  Verificaram-se importantes oscilações nas taxas de juro reais e na taxa de lucro, em especial durante os ciclos económicos, mas não se verificou uma tendência de subida ou de descida durante este século;

ü  Em vez de um aumento continuo que seria previsível segundo a lei dos rendimentos decrescentes, o rácio capital-produto diminui efectivamente desde 1900. Contudo, desde 1950 a alteração foi muito pequena;

ü  Durante a maior parte do século XX, os rácios da poupança nacional e do investimento em relação ao PNB mantiveram-se estáveis. Desde 1980, contudo, o elevado défice orçamental federal conduziu a um acentuado declínio da taxa de poupança nacional;

ü  Apôs e exclusão dos efeitos do ciclo económico, o produto nacional aumentou a uma média próxima dos 3% ao ano. O crescimento do produto tem sido muito superior à média ponderada do crescimento do capital, do trabalho e dos recursos, sugerindo que a inovação tecnológica desempenhou um papel chave no crescimento económico.

3.12.O Crescimento Economico da Economia Mista

Embora as setes tendências da história económica não sejam como as leis imutáveis da química, elas representam factos fundamentais sobre imutáveis da química, elas representam factos fundamentais sobre o crescimento económico.

As tendências 2a e 1a – maiores níveis salariais quando o capital se intensificar – enquadram-se perfeitamente nas teorias clássicas e neoclássicas da produção e da distribuição. A 3a tendência que a quota dos salários cresceu muito pouco é uma interessante coincidência que é consistente com uma ampla variedade de funções de produção relacionado Q com L e K.

A 4a e 5a tendências, são aviso de que a teoria neoclássica não é sustentável de uma forma estatística. Uma taxa de lucro constante e um rácio capital-produto decrescente, ou constante, não pode verificar-se se o rácio K/L aumentar num mundo em que a tecnologia sofre alterações; em conjunto contradizem a lei básica dos rendimentos decrescentes decorrente de intensificação do capital. Temos portanto de reconhecer o papel chave do progresso tecnológico na explicação das sete tendências do moderno crescimento económico.

3.13.As fontes do crescimento económico

Os economistas não ficam satisfeitos com tendências e teorias. Sob a liderança de Robert Solow, John Kendrick e Edward Denison, os arquivologistas económicos começaram a desenterrar as fontes do crescimento económico. De posse de teorias, bem como das tendências, temos actualmente uma melhor compreensão das causas do crescimento dos países.

3.14.A abordagem pela contabilidade do crescimento

Estudos detalhados do crescimento económico baseiam-se no que é designado por contabilidade do crescimento. Esta técnica não é um balanço ou a conta do produto nacional do tipo que encontramos em capítulos anteriores. Em vez disso, é uma forma de contabilidade exaustiva dos ingredientes que conduzem às tendências observadas de crescimento.

 

 

 

 

 

 

 

4.Conclusão

Chegado ao extremo final deste trabalho, conclui-se que, o termo crescimento distingue-se de desenvolvimento por significar um aumento quantitativo da produção, cujas consequências serão o enriquecimento da nação e a elevação do nível de vida, mas sem a preocupação da melhoria das condições de vida da sociedade. Contrapõe-se, por isso, ao desenvolvimento, que, para além do crescimento propriamente dito, pressupõe a sua repercussão sobre a qualidade de vida das pessoas e sobre o sistema social em geral. Ou seja, toma em atenção a estrutura de repartição dos rendimentos a par do aumento do PNB.

Privilegiando o quantitativo, os autores clássicos ignoram o desenvolvimento global da sociedade, cuja política deverá ser autónoma. Já sabemos que um crescimento desmedido, sem uma política de desenvolvimento capaz que o suporte, leva a situações que negam o próprio crescimento; a poluição, o desperdício das riquezas naturais, as situações de conflitos mundiais, a insustentável acumulação de bens, as desigualdades sociais, são exemplos de gritos de alarme dados pelos teóricos do desenvolvimento, que atribuem ao crescimento económico o papel de assegurar a repartição mais equilibrada dos recursos para assegurar a satisfação das necessidades vitais dos homens e, assim, prosseguir a erradicação da pobreza e da miséria. Estas são formas de exclusão social que se tornam cada vez mais visíveis, a nível mundial, à medida que o crescimento económico prossegue de forma discrepante.

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

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SAMUESON, Paul A. & NARDHAUS, William D. economia; 10a e 4a edição; McGraw-Hill; Portugal.