Por Carlos Nivagara
Originado nos Estados Unidos por volta de 1910, o
aconselhamento foi fundado com o intuito de Orientação infantil e juvenil,
porém a técnica que dominou entre as décadas de 20 e 60 foram as de
psicodiagnóstico. No Brasil, o campo do Aconselhamento Psicológico começou a se
desenvolver somente por volta da década de 70.
Segundo Suyane Elias Comar, aconselhamento Psicológico
tem como teoria a de Carl Rogers com a abordagem centrada na pessoa, em seus
sentimentos, conflitos e percepções, acreditando na potencialidade do homem e
consequentemente capacidade de crescer e dar novos significados a sua vida.
Neste caso, a sua técnica está relacionada à resolução de problemas, a tomada
de decisões e ao autoconhecimento, permite a pessoa trabalhar com seus recursos
em um curto espaço de tempo, além de possibilitar o atendimento e acolhimento
de uma grande demanda. Esse tipo de apoio tem acção educativa, preventiva e
situacional voltada para soluções de problemas imediatos, é mais direccionada a
acção do que a reflexão com sentido preventivo. Esse atendimento se trata de um
momento onde a pessoa pode se recuperar e encontrar abrigo durante a sua
caminhada.
Diferente de dar conselhos, o aconselhamento Psicológico tem
como foco facilitar o processo de escolhas do paciente nas decisões que deve
tomar quanto à profissão, família, relacionamento e etc. Não existe um caso
específico, algumas pessoas buscam o Aconselhamento para simplesmente poderem
conversar, outras para saberem algumas informações e algumas ainda possuem
quadros graves e poderão ser encaminhadas a psicoterapia[1].
Define-se Aconselhamento Psicológico como a ajuda
prestada por um Psicólogo Clínico com vista a melhoraria da sensação de
bem-estar, alívio de um sintoma específico ou resolução de uma crise. Ou seja,
funciona bem em situações pontuais mas não permite o tratamento eficaz de
psicopatologia.
Sendo assim, o
objectivo do Apoio e Aconselhamento Psicológico é promover o bem-estar
psicológico de todas as pessoas que a ele recorrem. O psicólogo trabalha em
conjunto com a pessoa que o procura, apoiando-a na construção de formas mais
autónomas e satisfatórias de gerir os seus desafios ou dificuldades.
Por outro lado, num mercado competitivo em que as organizações exigem o
máximo de seus colaboradores é fundamental que se invista em estratégias para o
desenvolvimento da excelência.
Aconselhamento não é dar conselho! O termo provém do inglês counseling
tendo significado bastante abrangente. Trata-se de uma intervenção psicológica
presencial com frequência pontual, que procura levar o usuário à percepção de
seu potencial de liderança. Ideal para o desenvolvimento e adaptação de
gestores à situações de pressão, frente à necessidade de lidar com projectos
estratégicos nas organizações, bem como no gerenciamento de equipes.
E-Coaching é uma variação do aconselhamento. Trata-se de um acompanhamento
virtual individualizado, via Internet, em que o usuário tem a oportunidade de
actualizar seu potencial criativo e empreendedor, contribuindo para a redução
do stress associado às exigências
comuns ao mundo corporativo.
Os projectos de Aconselhamento e E-Coaching são desenhados sob medida para
cada organização e profissional.
Olhando para a natureza do aconselhamento psicológico,
baseamo-nos na abordagem da Liliana da Costa Faria & Maria do Céu Taveira
(2011), na qual citam o aconselhamento psicológico vocacional. Como tal,
segundo estas autoras, ao longo da história da investigação do processo de
aconselhamento psicológico vocacional, dois dos temas com desenvolvimento mais
interessante foram: a relação entre os processos de aconselhamento psicológico
vocacional e pessoal e, a relação entre os resultados e o processo do
aconselhamento psicológico vocacional (Heppner & Heppner, 2007; Heppner
& Jordan, 2007; Whiston, Lindeman, Rahardja, & Reed, 2005).
Nos anos 1990, isto é, quase vinte anos depois, surge um
interesse renovado pela problemática. Nesta época, vários autores procuraram
defender a natureza psicológica do aconselhamento vocacional, a partir de
definições que fazem menção explícita aos seus elementos cognitivos e
emocionais (Blustein & Spengler, 1995; Gysbers, 2004; Gysbers, Heppner,
& Johnston, 2003). Este fato desperta novamente o interesse de investigar
esta modalidade de intervenção e compreender os aspectos psicológicos da mudança,
no âmbito da carreira.
Este interesse é, no entanto, rapidamente criticado pelos
autores que se dedicam a estudar os resultados do aconselhamento psicológico
vocacional e que defendem que a investigação desta modalidade de intervenção
deve centrar-se nos mecanismos específicos que produzem os resultados da
intervenção, uma vez que são estes que justificam a existência de
aconselhamento vocacional e contribuem para a sua validação como prática
científica.
Por outro lado, verificando-se por exemplo embora não
existam receitas relativamente à melhor forma de lidar com jovens com a
síndrome de Asperger, existem algumas estratégias que ao serem usadas na sala
de aula ajudarão a dar resposta às necessidades educativas especiais destas
crianças (Adriana Campos, 2003).
Um entrave à aprendizagem das crianças com esta síndrome
é o seu limitado campo de interesses. Frequentemente, estas apresentam uma
fixação numa determinada área e recusam aprender tudo o que não se enquadra
nessa área específica. Uma estratégia para lidar com esta situação é usar as
fixações da criança para abrir o seu reportório de interesses. Se a criança só
se interessa por estudar os animais, pode, por exemplo, ser levada a
interessar-se pela floresta (casa dos animais) e por tudo aquilo que lhe está
associado. Limitar o tempo em que é permitido à criança falar sobre os seus
interesses específicos e usar o reforço positivo para aumentar a frequência do
comportamento desejado são também estratégias geralmente eficazes.
[1] A Psicoterapia é realizada por
um(a) Psicoterapeuta e é um processo mais longo e profundo que permite à pessoa
chegar a uma compreensão mais completa de si, das suas características. Esta
técnica, realizada por um Especialista, permite que a mudança seja eficaz e
permanente, não havendo, quando os processos psicoterapêuticos são completos, o
risco de recaídas. Daí que na maioria dos casos, os processos sejam de longa
duração. Para que o processo seja eficaz e promova uma mudança eficiente na
forma como a pessoa se relaciona com o mundo exterior e lida com as
dificuldades inerentes à vida do dia-a-dia, as sessões são necessariamente e no
mínimo semanais e continuadas.
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