Por: Carlos Nivagara
1. Introdução
A supervisão é uma tarefa que sempre marcou
presença nos trabalhos, verificando-se até mesmo nas comunidades primitivas
onde a educação se dava de forma difusa e indiferenciada.
O presente trabalho, com o tema: A influência da
supervisão no contexto de uma escola reflexiva, pretende-se fazer uma narração
que consiste em trabalho de consulta bibliografica e uma análise comparativa de
factos reais trazidadas da direcção da Escola Primária Completa Unidade 13.
Sendo assim, na primeira parte deste trabalho, depois dos objectivos, problema
de estudo e a questão de partida, fazersea a definição de alguns conceitos
relevantes e seguida de um desenvolvimento teórico.
Na segunda e última parte, a abordagem insidirsea
na discusão de resultados em forma de conclusão, procurando trazer em vista os
indicadores na qual nos baseamos.
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
Fazer uma abordagem em torno da influência da
supervisão no contexto de uma escola reflexiva.
2.2. Objectivos Especificos
- Criar uma relação
de concitos de acordo com o tema em estudo;
- Descrever com evidência o desenvolvimento teórico;
- Formular uma
conclusão com evidencias apartir de trabalho de campo.
3. Problema de estudo e sua justificativa
nos últimos anos, ao analista verificaram que uma
das formas para a melhori da qualidade de ensino, seria à adopção de modelos de
escolas reflexivas, Moçambique não esta lheia a estas práticas rumo ao mundo
globalizado com as escolas eficazes.
A nossa inqurietação reside no facto de que as mudanças
boas normalmente são vistas como um processo que não podem ser automáticas.
Neste contexto até que ponto as escolas moçambicanas encaram essa realidade?
Neste oredem de i deias estudar este tema tem
relevância na medida em que poderá trazer evidências da situação no terreno em
relação a supervisão no contexto de uma escola reflexiva e propor sugestões de
mudanças caso necessário.
4. Pergunta de partida
Até que ponto a supervisão no contexto de uma
escola reflexiva influencia no sucesso escolar?
5. Definiçao de conceitos
supervisão -acção de
velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de
seu funcionamento ou de seu comportamento.[1]
Escola – espaço de
construção, sistematização, apropriação e a socialização do conhecimento. Ao
memo tempo pela pluralidade de ideias, valores e as multiplas formas de
expressar, os mesmos tornam-se também o espaço de conflitos, oposições.[2]
Educaçao para o
Libâneo, José Carlos, concedera um conceito amplo que se refere ao processo
de qualidades humanas (físicas, morais,
intelectuais, estéticas) tendo em vista a orientação da actividade humana na
sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações sociais.
Corresponde a toda modalidade de influência e
interrelações que convergem para a formação de traços de personalidade social
do carácter, implicando uma concepção de mundo, ideiais, valores, modos de
agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios
de acção frente a situações reais e desafios da vida prática. Por isso, a educação
é um instituição social que se ordena no sistema educacional de um país.
- Desenvolvimento teorico
para o Canário (1992), apud Isabel Alarcão
& José Tavares, apartir dos anos 80
o estabelecimento de ensino tem vindo a adquirir uma importância cada vez maior
nos discursos e nas práticas educativas com resultado de tendências
convergentes que se situam em três níveis:
l
nível
da investigação educacional-em que o
estabelecimento de ensino emerge como novo objecto científico;
l
nível
da mudança educacional-em que a escola aparece como construção social com
consequências para a acção e a interacção entre os diferentes actores sociais
em presença e;
l
nível
da formação-em que se previgia a formação centrada nos estabelecimento de
ensino.
A autononmia das escolas, como crolário de
responsbilidade institucional, cívica, que lhe é exigida é em si mesma, reflexo
de uma nova concepção do papel da escola na sociedade.
Num sentido convergente vai a consciência do
significado profissional da actividade do professor, não já numa perspectiva
individualista e limitada ao interior da sala de aula, mas como um corpo de
profissionais colectivamente empenhados no desenvolvimento e na qualidade da
educação que se pratica na escola.
Esta nova visão da supervisão
decorre num pensamento de escola como organismo vivo, em desenvolvimento e
aprendizagem, norteada pela finalidade de educar através de um plano de acção:
o projecto educativo.
6.1.A escola Reflexiva
O cenário reflexivo é visto
como uma linha de formação que atribui aos profissionais a capacidade de
pensarem a sua prática e de construírem e reconstruírem o seu conhecimento
apartir do seu campo de acção, caraterizado por dinâmicas de incerteza por
decisões contextualizadas. O agir
profissional do professor não pode ser realizado apenas em situações de
isolamento, uma vez a complexidade dos problemas exige tyrabalhos em equipe
decorrente da assunção de projectos comuns.
Esta ideia de que o pensamento
colectivo ao nível das organizações é necessário para reunir esforços e
introduzir mudanças, associada ao reconhecimento da relevância do papel que a
escola hoje assume como organização e à
consciência das potencialidades dos seus membros na epistemologia da vida da escola,
levou um dos autores à concepção de a escola como “organização que
continuadamente se pensa a si própria, na sua missão social e na sua setrutura
e se confronta com o desenrolar da sua actividade num processo heurístico
simultaneamente avaliativo e formativo” (Alarcão, 2001 a e c; Alarcão, 2002).
uma escola reflexiva é uma escola inteligente,
autónoma e responsável que decide o que deve fazer nas situações específicas da
sua existência e regista o seu pensamento no projecto educativo que vai
pensando para si e experienciando. Caracterizada pela sua sensibilidade aos
índices contextuais, é capaz de agir com flexibilidade e resiliência nos
contextos complexos e difíceis, diferenciados e instáveis que hoje caracterizam
as situações das organizações escolares.
Uma escola reflexiva pensa-se no presente para se
projectar no futuro e na continuidade, sempre renovada, da sua história. Não
ignorando os problemas presentes, resolve-os no enquadramento hiostórico e
cultural que lhes dá sentido e numa visão de melhoria e desenvolvimento futuro.
Ao adoptar uma perspectiva de acção reflexiva, a
escola, enquanto espaço de actividade profissional, cria condições de
desenvolvimento e aprendizagem aos membros que a constituem (professores e
funcionários bem como aqueles que nela têm o ofício de aprender e de aprender a
aprender “alunos”).
A escola reflexiva assenta o seu desenvolvimento
num projecto institucional vivo que, para além de conceber no papel, realiza na
acção e avalia nos seus processos e resultados. A escola é, ela mesma, um
projecto, cujo grande objectivo é a formação de novos cidadãos.
6.2.A essência da escola e o projecto
educativo
nesta abordagem o projecto de escola é
visto como instrumento da construção autonomia do estabelecimento de ensino e
como processo capaz de articular e fundir as três tendências : investigação,
inovação e formação (Canário, 1992:12), apud Alarcão & Tavares.
Para percebermos o que é um projecto de
escola Alarcão & Tavares recoreram em Macedo, (1995:113) que afirma dizendo
que um projecto de escola“ é uma carta de definição da política educativa da
escola” constituindo em certa medida, o seu ideário.
O projecto aparece assim na sua dimensão
de processo e de produto, de preferência e de referência. Se a missão essencial
da escola é educar e instruir e se o currículo é instrumental para esse fim,
então o projecto deve centrar-se no modo como a escola se organiza para criar
as condições de aprendizagem e desenvolvimento capaz de tornar real e vivo o
currículo intituído. A referência a currículo deve ser aqui entendida como sendo
um conjunto de aprendizagens proporcianadas pela escola e considerads
socialmente necessárias num dado tempo e contexto. A noção de currículo é
central à de escola e tem de assumir um lugar de primeiro plano no projecto
educativo de escopla. Como diz o Roldão (2000:17) apud Alarcão & Tavares, é
“o currículo que legitima socialmente a escola, como instituição a quem a
sociedade remete a passagem sistemática das aprendizagens tidas como
necessárias.”
ligando as duas ideias esplanadas: a
escola reflexiva e de projecto educativo da escola, a escola reflexiva têm a
capacidade de se pensar para se analizar, projectar e desenvolver. O projecto é
uma evidência dessa capacidade. Ele deve basear-se numa visão prospectiva e
estratégica do que se pretende para a escola, uma visão interpretativa da sua
missão, alicerçada nos valores assumidos pelo colectivo dos actores sociais
presentes na vida da escola.
Dessa visão concertada decorrem políticas
e metas enquadradoras dos planos de acção operacionais.édestas que devem
emergir, de forma mais concreta, os objectivos e as estratégias e com elas se
devem equacionar a análise dos recurso disponíveis ou necessários a médio e
curto prazo.
O projecto é sempre um construção social
cujo processo de elaboração implica a tomada de decisões em relação a valores
educativos. Central ao curriculo e a
instituição escola estáa a noção de educação e de aprendizagem, correlacionadas
com a de ensino e de avaliação, de onde decorrem as de organização de espaço,
tempos e recursos e em relação às quais há que exercer um questinamento crítico
capaz de interrogar o status quo e decidir por soluções de continuidade ou de
mudança que podem ser mais ou menos radicais e, eventualmente, constituírem uma
verdadeira transmutação.
A
construção do projecto é um processo de imoplicação das pessoas, de negociação
de valores e percepções, de diálogo clarificador do pensamento e prepador de
decisões, de vivência da cidadania e de desenvolvimento do pensamento
operacional, realista e crítico, de uma verdadeiro sentimento institucional e
social, que confere aos membros um sentido de si próprio.
O projecto da escola, na sua dimenção é um
documento apenas. Esse projecto resulta de um processo de pensmento e é o
resultado de um processo de vontade para concretizar, na acção, u projecto
delineado, o que faz com que ele, uma vez aprovado, se constitua como
referência sistemátiaca de actuação de e
avaliação.
Uma escola reflexiva pensa-se e
organiza-se para saber como desempenhar a missão de educar num dado contexto temporal
e sócio-cultural. Sabe onde está e para onde quer ir. Tem um projecto
orientador de acção e trabalha em equipa, pois a escola é constituída por
pessoas animadas por um objectivo comum:
como diz o Macedo apud Alarcão & Tavares , a educação é “comunidade
educativa, sistema local de aprendizagm e formação: grupo constituído por
alunos, professores, pais/encarregados de educação, representantes do poder
autárquico, económico e social que, partilhando um mesmo território e
participando de uma herança cultural comum, constituem um todo, com
características específicas e com uma dinâmica própria” (1995:68).
6.3.Escola reflexiva, uma escola em
desenvolvimento e em aprendizagem
as instituições, à semelhança das pessoas,
são sistemas abertos. Estão em permanente interacção com o ambiente que as
rodeia, que as estimula ou condiciona, que lhes cria contextos de aprendizagem
e de desenvolvimento.
Na concepção do seu projecto de
desenvolvimento, as escolas devem ter em conta o contexto histórico e
socio-cultural em que se inserem, as características dos seus professores e dos
seus alunos, os factores organizacionais, a relação com o ambiente que as
circunda, as culturas que lhes são endógenas e as que, sendo exógenas, as
influenciam, tais como as questões políticas e curriculares.
Uma escola reflexiva , em desenvolvimento
e em aprendizagem, cria-se pelo pensamento e prática reflexivos que acompanham
o desejo de conhecer a razão de ser a sua existência,. As características da
sua identidade própria, os constrangimentos que a afectam e as potencialidades
que detém.
A liderança, associada ao diálogo, ao real
acesso à informação e à atenção concedida a pessoas e iniciativas, tem sido
referida na literatura como condição para criar escolas eficazes, susceptíveis
de evoluir e onde é bom estudar, ensina e trabalhar.
A perspectiva de Sange (1994) apud Alarcão
& Tavares, assenta num clima organizacional caracterizado por uma actuação
de forte dinâmica interpessoal e dialógica orientada por uma visão prospectiva
sobre a realidade em mudança.
Na organização inovadora e aprendente,
Sange[3]
considera cinco componentes estruturadores, com o destaque para o pensamento e
o ralacionamento social:
l
a
lidença e o equilibrio pessoal;
l
a
existência de modelos mentais;
l
a
visão partilhada;
l
a aprendizagem em grupo e;
l
o pensamento sistémico.
6.4.A supervisão na escola reflexiva
A supervisão passa a focalizar-se
fundamentalmente em dois níveis: a formação (inicial e contínua) e o
desenvolvimento profissional dos agentes de educação e a sua influencia no
desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos, o desenvolvimento e a
aprendizagem organizacionais e o seu impacto na vida das escolas.
A sua acção pode desenrolar-se quer ao
nível da integração dos novos professores, incluindo os professores estagiários,
quer ao nível da profissionalização dos professores vinculados e da formação
contínua, quer ao nível dos responsáveis pela gestão intermédia ou de qualquer
outro grupo que se constitua numa comunidade de profissionais em
desenvolvimento e em aprendizagem, quer ainda ao nível da escola como
colectivo.
Não se pretende que os supervisores tenham
a função de inspecção, no sentido da verificação da execução de políticas
exteriores à escola. Pretende-se sim, que, fazendo parte do colectivo da
escola, sintam a responsbilidade de dinamizar as iniciativas que visem a
melhoria da qualidade da educação, de acordo com o projecto que a escola
construiu para si e que incluem a formação e avaliação dos recursos humanos.
Numa escola autónoma, responsável e que
pretende revelar a si própria e à sociedade os frutos do seu trabalho, os
processos de auto-avaliação e de divulgação da informação são hoje
fundamentais. Ao membro do Conselho Executivo com funções supervisoras competiria a responsabilidade de colaborar no
processo de auto-avaliação e de analisar as suas implicações; apoia ou criar
condições e culturas de formação profissional experiencial inerentes à
identificação e resolução de problemas concretos, numa atitude de
investigação-acção.
6.5.O supervisor como líder de comunidades
aprendentes
concebendo a escola como organização
aprendente, reflexiva, em desenvolvimento e em aprendizagem implica admitir a
existência, no seu meio, de comunidades de aprendizagem sistematicamente
interligadas na grande comunidade aprendente
que é a escola.
Na reconceptualização da função dos
supervisores na escola reflexiva pode-se atribuir-lhes a função de
facilitadores ou líderes de comunidades aprendentes, pois a sua função
principal consiste em fomentar ou apoiar contextos de reflexão formativa e
transformadora que, traduzindo-se numa melhoria da escola, se repercutem no
desenvolvimento profissional dos agentes educativo e na aprendizagem dos alunos
que nela encontram um lugar, um tempo e um contexto de aprendizagem.
Competem aos supervisores se quiserem ser
lídere de comunidades aprendentes, fazer a leitura dos percursos de vida institucionais, provocar a discussão, o
confronto e a negociação de ideias, fomentar e rentabilizar a reflexão e a
aprendizagem colaborativas, ajudar a organizar o pensamento e a acção do
colectivo das pessoas individuais.
Fazer supervisão não é um processo
meramente técnico. O facto de o supervisor trabalhar com pessoas, factos,
contextos, sentidos, relações, previsões e consequências requere capacidades comunicativos-relacionais,
observacionais-analíticas, hermenêutico-interpretativas e avaliativas.
Embora num mundo tão complexo e mutável
como é o da educação seja impossível definir-se com precisão as competências
exactas dos profissionais, nomeadamente dos profissionais do humano e da
educação como é o caso dos supervisores, poderão no entanto apresentar-se algumas como
indicadores.
A nova concepção do supervisor em
situações organizacionais educativas alargadas implica competências cívicas,
técnicas e humanas agrupadas em quatro grandes tipos:
l
interpretativas;
l
de
análise e avaliação;
l
de
dinamização da formação;
l
de
comunicação e relacionamento profissional.
7. Conclusão
Depois de uma descrição detalhada dos
dados teoricos e uma análise comparativa dos resultados que nos foram
fornecidos pela direcção da escola em causa, referente a visão geral sobre a
influência da supervisão no contexto de uma escola reflexiva, esta mostrou-se
satisfeita por ver que existe um esforço por parte do governo na perspectiva da
mudança das politicas educativas na tentativa de um poder descentralizado e uma
formação contínua dos recursos humanos envolventes.
8. Bibliografia
ALARCÃO, Isabel & TAVARES, José. Supervisão da prátiac pedagógica, uma
perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem; 2ª edição revista e
desenvolvida; Livraria Almedina-Coimbra; 2003;
LIBANEO, Jose Carlos. Didactica. Sao
paulo. Cortez,(colecçaoo magisterio).
Série formação de professores;
Httt://democracianaescola.blogspot.com/2009/04/o-que-escola.html
[1] Fouquié, 1971:452, apude Naura
Syria Carapeto Ferreira (org) et all, Supervisão educacional para uma escola de
qualidade,CORTEZ, 2ª edição. p14
[2] Httt://democracianaescola.blogspot.com/2009/04/o-que-escola.html
[3] Para uma informação detalhada sobre os cinco
componentes de Sange, recomenda-se a consulta de Alarcão & Tavares, supervisão
da prática pedagógica, 2ª edição Revista e desenvolvida, 2003. p.138-139.
gostei do artigo ajuda a abrir amente sobre a pratica remota e actual sobre supervisao por conseguinte melhora a pratica educativa
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