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domingo, 7 de julho de 2013

O papel da educação sexual nas escolas do ensino básico nas zonas rurais




 Por: Carlos Nivagara

O papel da educação sexual nas escolas do ensino básico nas zonas rurais
 
A temática da sexualidade exige actualização, hábito de estudo, compromisso e responsabilidade. Construir um caráter de continuidade e de ressignificação, uma vez que o cotidiano escolar é um ambiente dinâmico e repleto de significação.
Trabalhar com a orientação sexual envolve sentimentos e desejos e, portanto, a temática não pode ser abordada só com explicações sobre a anatomia e a fisiologia dos aparelhos reprodutores e com palestras médicas. Deve ser feita com “afeto”, sem constrangimentos, através de um programa que possibilite comunicar aos pais sobre a iniciativa, a necessidade e a importância da temática na formação dos seus filhos, bem como, sobre a necessidade de diálogo com a família no decorrer do desenvolvimento desse tema.
Crianças e adolescentes estão descobrindo os limites do próprio corpo e a sexualidade. O sexo é parte da vida das pessoas é por essa razão que a escola e a família devem ajudar a construir desde cedo uma visão sem mitos nem preconceitos. Sendo assim, neste trabalho o nosso foco insidir-se-a na descrição do papel da educação sexual nas escolas do ensino básico nas zonas rurais ondena primeira parte depois da inrodução, segue –se o desenvolvimento teorico e por fim a conclusão.
Objectivos do trabalho
Objectivo geral
Analisar o papel da educação sexual nas escolas do ensino básico nas zonas rurais
Objectivos específicos
ü  Identificar o papel da educação sexual nas escola do ensino básico nas zonas rurais;
ü  Descrever o papel da educação sexual nas escolas do ensino básico nas zonas rurais;
ü  Propôr sugestões caso necessário.

Problema de estudo e sua justificativa
Desde bebês, sentimos prazer em tocar o próprio corpo e descobrir as diferentes sensações que ele nos proporciona. Logo, fingir que a criança e os adolescentes não passam por esse processo é negar a realidade. É também desconhecer que mesmo quando não falamos sobre sexo estamos educando.
Muitas famílias temem que as conversas sobre sexo levem a iniciação sexual do adolescente, o que não é o objetivo da proposta educativa. Por isso, tem-se notado muita das vezes gravidezes precosses ou indesejadas, assim como em últimas consequêcias infecções de doênças sexualmete transmitiveis no geral e nas zonas rurais com maiores índices. Neste sentido estudar este tema é muito relevante, uma vez a sua implementação nas escolas ajudarias as crianças e aos pais/e ou encarregados de educação a refletirem sobre o assunto.
Enfatizar que o papel da escola é trabalhar informações científicas, contextualizá-las, propiciar o debate de temas pertinentes à idade de cada turma, objetivando que os jovens tenham uma vida saudável e entendam o que acontece com eles em relação a sua anatomia e a sua fisiologia. Deixar claro que os valores morais e religiosos da família não serão questionados. E, proporcionar atividades paralelas aos alunos cujos pais se oponham à participação do filho nas atividades de Orientação Sexual.
A Orientação Sexual oportuniza uma parceria com a família abre um espaço para que educadores e pais atuem juntos na formação de crianças e de adolescentes, aproximando a família e a escola num processo de interação. Além de possibilitar discussões que favoreçam o ambiente familiar e de sala de aula, melhora o relacionamento entre pais e educadores garantindo confiabilidade ao trabalho educativo. Contudo é imprescindível que os educadores percebam que sua atuação no processo educativo não é mais uma ação isolada, que as parcerias, a construção coletiva, o diálogo poderão fomentar uma atividade criativa, gratificante e de qualidade, e certamente melhorar a interação escola, família e comunidade (Edvania Santos Correia).


Desenvolvimento teórico
A história da educação sexual é pois recente, é protagonizada por diversos actores sociais entre os quais: Igreja Católica, classe(s) política(s), as associações de pais, os professores e escolas, e os movimentos e grupos que de algum modo têm a sexualidade como tema de intervenção.
As doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez na adolescência, têm sido uma preocupação de muitos investigadores estrangeiros e portugueses. Esta problemática alertou para a necessidade de existir na Escola um espaço formal onde os alunos tivessem oportunidade de colocar as suas questões, pois constatamos em alguns livros e artigos sobre o assunto que cada vez mais cedo os jovens têm uma vida sexualmente activa (Lopez et al., 1986; Sampaio, 1987; Rodrigues e Fontes, 1998; Ruela, 1999). Consciente da importância da educação sexual escolar, nomeadamente pelo facto desta proporcionar aos jovens um desenvolvimento mais equilibrado da sua personalidade, possibilitando-lhes opções mais responsáveis sobre a sua própria sexualidade,
Segundo Maria Helena Vilela (2013), quando se fala em educação sexual, a primeira coisa que deve passar pela cabeça da maioria dos adolescentes é: USE CAMISINHA! Mas esta recomendação é apenas uma pequena parte da educação sexual. Na verdade educação sexual é um "ninho" de valores e expectativas preparado pelos pais antes mesmo do nosso nascimento. Para se ter uma idéia, a própria escolha do nome traz embutidas  expectativas de traços  que os pais desejam que seus filhos desenvolvam ao longo da vida. Assim, desde muito cedo, a criança é ensinada a se comportar de acordo com seu gênero e a aprender a se relacionar sexualmente com a sociedade. Com aplausos em alguns momentos e broncas em outros para corrigir ou adequar o comportamento sexual e o jeito de ser mulher ou homem, nós vamos sendo educados desde o dia do nascimento até a morte. Entretanto, a educação sexual não é privilégio apenas dos pais, mas de todas as pessoas que se tornam significativas na nossa vida, como, amigos, professores, ídolos; as experiências e oportunidades que cada um pode viver e, também,as informações e opiniões da mídia e da internet, desempenham papel importante na educação sexual.
O objetivo principal da educação sexual é preparar os adolescentes para a vida sexual de forma segura, chamando-os à responsabilidade de cuidar de seu próprio corpo para que não ocorram situações futuras indesejadas, como a contração de uma doença ou uma gravidez precoce e indesejada. Infelizmente o ser humano tende a acreditar que o perigo sempre está ao lado de outras pessoas e que nada irá acontecer com ele mesmo, o que o coloca vulnerável a tais situações.
Por outro lado, ha que se tomar em consideracao que os meios de comunicação, entre tantos outros que utilizam o sexo para chamar a atenção das pessoas, acabam por estimular e criar curiosidades precoces até em crianças, o que dificulta bastante o processo de conscientização e responsabilidade individual dessas sobre o assunto. Dessa forma, se torna cada vez mais importante ensinar os adolescentes quanto ao assunto, isso dentro de casa e nas instituições de ensino. 
Uma adolescente que engravida nesse período de transição corpórea pode sofrer muitos problemas de saúde, como anemia, parto prematuro, vulnerabilidade a infecções, depressão pós-parto, hipertensão, inchaço, retenção de líquidos, eclampsia, convulsões e até mesmo a morte. Apesar de problemas fisiológicos, quando uma adolescente engravida, ela passa também por problemas psicológicos, pois a mudança de vida rápida exige grande adaptação e isso pode gerar conflitos, pois uma grande etapa de sua vida foi pulada.
Olhando pela razão acima apontada, é importante que falar de sexo com crianças e adolescentes seja papel dos pais, Sim, mas também que esse assunto seja abordado em outros ambientes de convivência dos jovens, principalmente na escola. Afinal é no ambiente de estudos que aparecem as principais mudanças nas relações afetivas entre as crianças e os jovens: no primeiro ciclo de aprendizagem, o namoro inocente; já no Ensino Médio, namoros que fomentam vontades e descobertas sexuais se tornam mais comuns.
Para Gabriela Cabral (2013), orientar é ajudar a criança e o adolescente com diálogo, apoio e compreensão - a sentir-se seguro e capaz de tomar decisões importantes. Sabemos, por outro lado, que o efeito comunicativo da educação é passado mais por atitudes do que por informações. Portanto, em primeiro lugar, é desejável que os pais tentem refletir e superar sua postura repressora, carregada de mitos e preconceitos sexuais. Significa uma tomada de consciência sobre a própria sexualidade. É a velha história: "Faço comigo, o que fizeram comigo. Faço com os outros, o que faço comigo" (Wolber de Alvarenga apud Cabral). Os jovens preferem à família como principal agente de educação em sexualidade, porém referem sentir enorme dificuldade de comunicação, em geral, ainda mais sobre o tema sexualidade. A ausência dos pais acaba por facilitar com que a mídia ocupe o papel principal de socialização da criança e do adolescente.
Por outro lado, Gerson Lopes, acrescenta dizendo que, na relação pais e filhos a educação para o amor e educação para a sexualidade não dá para terceirizar. A família tem que assumir o seu papel fundamental; podendo, entretanto, contar com a ajuda do medico, do educador, etc.
É preciso cotizar o tempo da melhor forma possível entre todas as necessidades na educação dos filhos. A quantidade de tempo que os pais passam com os filhos, porém, não significa necessariamente em uma boa relação. É preciso que melhoremos a qualidade da relação nos momentos nos quais estamos com a família, seja com filhos, seja com o (a) companheiro (a).
"O papel da unidade familiar é extremamente importante e começa pelo próprio fato dos pais viverem uma família coesa, unida e ordenada, respeitável no sentido de funcionar como um modelo a ser observado pelos jovens, modelo esse que eles vão procurar duplicar eventualmente, quando chegar a sua vez. Esse é um componente oficioso, digamos assim, daquilo que se chama formalmente de Educação Sexual, pois tudo depende de um processo de ensino/aprendizado, que começa muito precocemente em casa, desde o momento em que a criança observa e abstrai da vida dos seus familiares aquele conjunto de fatos que eventualmente lhe serão marcantes por todo o resto de sua existência", assim diz Ronald Bossemeyer, conhecido ginecologista brasileiro.
A adolescência é uma verdadeira e autêntica fase evolutiva do ser humano, deve ser considerada desde os vértices biológico, social e psicológico, aprofundando cada área para integra--los na compreensão da personalidade adolescente de nossa época. Ou seja, tudo o que é fundamental de todo o desenvolvimento humano, os fatores sócio políticos e econômicos participam de forma intensa nesta transformação (KNOBEL, 2001 apud Fabiana Cristina Costa).
O início da adolescência está nitidamente marcado pela puberdade, conjunto de transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual, que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência (TIBA, 1986 apud Costa ). Já o fim da adolescência não é tão nitidamente demarcado. 0 crescimento e o amadurecimento orgânicos acontecem mais rápido do que o psicológico e o intelectual. Sexualmente, o indivíduo atinge muito cedo a condição de adulto, isto é, adquire a capacidade de procriar, mas é psicologicamente imaturo para assumir tais mudanças, e é aí que as confusões se agravam, pois esta fase exige maior elaboração emocional dos acontecimentos biológicos. KNOBEL (2001) apud Costa, chama esta fase de “luto”, onde ocorre a adaptação e redefinição de sua imagem corporal, aparecimento de características sexuais, elaboração de seus próprios valores~ identificação com seu próprio grupo e não com o grupo de seus pais, e a assunção de papéis sexuais que pertencem somente a ele.
A identidade adulta não é alcançada antes que o adolescente tenha elaborado e/ou conscientizado o que podem ser consideradas as três “perdas” fundamentais deste período evolutivo: 1. A perda do corpo infantil, 2. A perda dos pais da infância; 3. A perda de identidade e papel sócio familiar infantil (KNOBEL, 2001 apud Costa ). Esta fase não pode ser considerada de transição só para o adolescente, pois os pais, também precisam habituar se com as mudanças, pois seus “fantasmas” são tocados, eles têm que entrar em contato com suas próprias dificuldades, para então, debaterem com seus filhos, assuntos que por muitas vezes são embaraçosos, ou ainda nem resolvidos. Segundo WUSTOHOF (1994) apud Costa, os pais ficam inseguros ao perceber que seus filhos estão se tornando adultos e fazem um esforço tremendo para parar no tempo, tentando tratar os jovens como eternas criancinhas. Da dificuldade em educar seus filhos com relação à sexualidade, percebe se cada vez mais a transferência desse papel à escola, pois é no “ambiente escola” que ocorre um dos mais importantes processos da adolescência, a socialização comunitária. É lá que os adolescentes se sentem mais à vontade para trazer suas angústias. A escola é um espaço social significativo para onde o adolescente pode levar suas experiências de vida, suas curiosidades, fantasias, dúvidas e inquietações sobre sexualidade (TIBA, 1986; JESUS; 2000 apud Costa). Isto ocorre porque na verdade a educação pode acontecer mais informalmente. Com relação ao aspecto informal, preocupa o fato de que os adolescentes podem aprender com outros adolescentes, os riscos são grandes, porque estes podem ser tão despreparados quanto eles e uma informação distorcida passada adiante pode trazer conseqüências que repercutirão provavelmente em sua saúde.


Conclusão
Chegado ao extremo final deste trabalho, conclui-se que, a sociedade atual a, sexualidade ainda é um tema delicado, pois vem carregada de preconceitos e tabus gerados pela repressão social e familiar. Este contexto traz grande preocupação por parte dos pais sobre o exercício da sexualidade de seus filhos, uma vez que o mesmo ameaça a ordem e a organização familiar. A educação sexual dos adultos está embasada nas percepções e distorções de seus pais, que são em grande parte fruto de uma formação inadequada ou equivocada e, não evoluiu muito do tempo vivido por nossos predecessores até os dias de hoje, principalmente, quanto à conotação, ao sentido e significados impregnados às palavras relativas à Sexualidade.
No passado, a repressão era eficiente no sentido de conter a expressão da sexualidade dos adolescentes, em especial no sexo feminino. Hoje, com a facilidade de acesso às informações, as conquistas do movimento feminista, um novo contexto sócio, político e econômico, a adolescência passa a incorporar novas características, as quais contribuíram significativamente para a iniciação sexual precoce deste grupo. Os adolescentes iniciam sua vida sexual cedo, por curiosidade, pressão do grupo, falta de coragem para dizer não, paixão, uso de drogas e álcool.
Estas mudanças, principalmente no que diz respeito a comportamento, trouxeram ao adolescente aspectos positivos, como maior autonomia e liberdade de expressão, mas trouxeram consigo também, aspectos negativos, que tem trazido prejuízos para os adolescentes em geral e para toda a sociedade. O aumento da incidência de gravidez indesejada, e do número de casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis/ AIDS na adolescência, refletem diretamente os problemas acarretados por essa mudança comportamental. Isso provoca espanto quando consideramos que esta população recebe informações e vem abordando os temas como exercício da sexualidade, anticoncepção e riscos de doenças sexualmente transmissíveis, de uma forma incansável e ainda assim, os diferentes métodos contraceptivos e os variantes sexuais ainda não são de pleno domínio dos jovens e a maioria, não se considera vulnerável a esses problemas. Através das estatísticas, podemos perceber que a transmissão de informações não está acontecendo de forma, adequada, talvez não estejam discutindo o assunto de forma que os adolescentes desejam que sejam discutidos.

Bibliografia
CORREIA, Edvania Santos. A Orientação Sexual deve ser uma parceria entre a escola e a família; UFAL
COSTA, Fabiana Cristina.  O papel do enfermeiro na orientação sexual de adolescentes no ambiente escolar; Universidade de Santo Amaro, UNISA 2001;

LOPES, Gerson. O papel da família na educação sexual do filho;  Vinho e Sexualidade.htm; 2013

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