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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Colonização e descolonização da Ásia


ÁSIA O oriente sempre foi visado pelos europeus pelas suas riquezas comercializadas na época dos descobrimentos. Quando os europeus puderam e estavam fortes, devido ao capitalismo e a acumulação de riquezas, que advém dele. E as antigas potências, Espanha e a Portugal, já tinham se “enforcado” pelas suas práticas exploratórias e de lucro fácil sem trabalho. O oriente caiu sob o poderio financeiro e armamentista do ocidente. Exemplos: Índia Protectora do inglês, produção artesanal de tecidos indianos de qualidade destruídos para dar lugar a indústria inglesa de tecidos feitos de algodão, tentativa de sublevação termina em massacre na revolta dos Cipaios – 1857 a 1859, ingleses procuram apoio local na elite, entrega cargos da administração para ganhar sócios minoritários. Liberdade só com Marratma Gandi, boicote, revolução pacífica, convite a se retirar. Ingleses começam a perder consumidores e trabalhadores. Começou a ser desvantajoso manter todo o aparato de opressão. China Era um país organizado, fechado, orgulhoso de suas origens. Os ingleses começaram a produzir o ópio que causava dependência, doença, indigência, etc. O governo chinês preocupado enviou a rainha Vitória carta pedindo que parassem o comércio, já que na Inglaterra era proibido. Desconsiderando o pedido continuaram enviando. O governo chinês mandou queimar 20.000 caixas da droga. Os ingleses indignados fizeram a guerra do Ópio – 1839 a 1842. Bombardearam portos invadiram mataram até crianças. Os chineses assinaram o tratado de Nanquim favorecendo a Inglaterra com a cedência de 5 portos ao livre comércio, privilégios especiais aos súditos (leis) e a ilha de Hong Kong teria o domínio inglês até 1997. A partir de então a China foi dividida em áreas de influência da Inglaterra, França, Alemanha, Rússia e até o Japão. Portos que admitiam suas mercadorias sem imposto. Ela continuou com seu governo, mas submetida as potências estrangeiras lhe sugando o que pudessem. Mais duas revoltas foram feitas: Taiming 1851 a 1864 e Boxers 1899 a 1902. Ambos não obtiveram sucesso contra a união dos exploradores.
 Gandi  
. a) AS ÁREAS DE INFLUÊNCIA Essa forma de dominação ocorreu em países onde o Estado existente foi conservado e com o governante local foram negociados tratados e acordos que beneficiavam a potência colonizadora, em determinada área do país. Nessa "área de influência'', a metrópole podia actuar sob a protecção de privilégios especiais em detrimento dos possíveis competidores europeus. Foi o caso da Pérsia, que em 1907 se viu repartida em duas áreas de influência, uma russa e outra inglesa, e da China, cujo território foi dividido em seis áreas de influência: inglesa, francesa, alemã, italiana, russa e japonesa. CASO DA CHINA A China, desde a "guerra do Ópio" (1835-1842), já havia si do obrigada, diante do potencial de fogo dos ingleses, a assinar r tratados desiguais, isto é, tratados nos quais ela concedia vantagens à Europa sem contrapartida. Para conseguir um desses tratado de 1860, tropas francesas e britânicas chegaram até mesmo a destruir o Palácio de Verão de Pequim, um dos tesouros artísticos insubstituíveis da humanidade. ( ... ) Após o saque de Pequim, um inglês foi indicado para "assistir"a administração de toda a receita da alfândega chinesa. vários portos foram abertos, mercadores estrangeiros receberam liberdade de movimento e imunidades diante da lei chinesa. Esse método de penetração tão violento adveio do fato de a China, diferindo da Índia, possuir uma unidade política, com um imperador fazendo sentir sua autoridade sobre as províncias mais distantes. Basta dizer que, até antes da chegada dos europeus ela recebia tributos da Coréia, do Vietnã e de outras monarquias da região: Sião, Laos, Birmânia e Nepal. Na verdade, era o império, mais elaborado e mais antigo de todos os Estados monárquicos da Ásia Oriental. Por essas razões, a China sempre se recusara a admitir relações com o resto do mundo em posição de desigualdade. E manteve-se fechada a qualquer tipo de comércio com o Ocidente. Foi a "guerra do ópio que mareou o início da preponderância ocidental na China. Nas o desmembramento da China aconteceu mesmo quando o Império, enfraquecido com os tratados desiguais, teve que enfrentar uma guerra com o Japão (1895). Foi "salvo" do desastre pela intervenção das potências europeias. Gomo reconhecimento ao serviço prestado, as nações europeias receberam concessões económicas e territoriais. A partir daí, a China passou a ser um território dividido em áreas de influência das potências ocidentais. Não só a França e a Inglaterra penetraram no território Chinês, como também a Rússia, a Alemanha e a Itália. A penetração económica se precipitou rapidamente com a construção de linhas de estradas de ferro, concessão de minas, estabelecimentos industriais e bancos. E a soberania chinesa transformou-se numa ficção. TRANSCRITO DE: CANÊDO, Letícía Bicalho. A descolonização da Ásia e da África. São Paulo, Actual, 1985, p. 127137
 A GUERRA DO ÓPIO (1839-1842) Em meados do século XIX a Inglaterra era a potência europeia mais desenvolvida. Por isso exigia, para a colocação de seus produtos, mercados cada vez maiores. A China e a Índia, extremamente populosas, exerciam forte atracção sobre os mercadores ingleses. Mas enquanto a Índia comerciava abertamente, a China não demonstrava interesse algum pelas mercadorias europeias. Os produtos chineses, tais como a seda, o chá e a porcelana alcançavam bons preços na Europa, mas os produtos europeus não conseguiam entrar no mercado chinês. arcótico extraído da papoula, que produz efeito adormecedor sobre cérebro. Os ingleses cultivavam o ópio na Índia e vendia-o em grandes quantidades na China. Com o abuso do consumo do ópio, o governo chinês proibiu tal comércio, que até então era a principal fonte de lucro para a Inglaterra na região. Logo, o tráfico ilegal da droga tomou proporções alarmantes, forçando o imperador chinês a combatê-lo energicamente. O estopim da guerra foi o assassinato de um súdito chinês por marinheiros ingleses embriagados. O comissário imperial ordenou a expulsão de todos os ingleses de Cantão, cidade onde era mais forte o contrabando do ópio. Era o fim das esperanças da expansão comercial. Imediatamente a Inglaterra respondeu com o bombardeamento de Cantão, em 1939. Os modestos juncos chineses, barcos movidos à vela, não podiam oferecer grande resistência à frota inglesa. As forças britânicas tomaram pontos importantes da costa chinesa, incluindo Hong Kong e Xangai, ameaçando Pequim. Vendo-se praticamente derrotados, os chineses assinam, em 1942, o Tratado de Nanquim, dando fim à guerra. De acordo com o tratado, cinco portos chineses importantes foram abertos aos ingleses. Garantindo o direito de comércio em cada porto estaria constantemente ancorada uma bela nave britânica. A China foi obrigada a pagar indemnização pelo ópio inutilizado e a ceder a ilha de Hong Kong, que então ficou sob o domínio da Inglaterra até Julho de 1997.
 DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA No curso da 2a Guerra Mundial intensificam-se os movimentos pela libertação e autonomia nacional em quase todos os países do continente asiático. Assumem a forma de guerras de libertação, em geral estimuladas ou dirigidas pelos comunistas, de resistência pacífica ao domínio colonial ou de gestões diplomáticas para a conquista da autonomia.
 Indochina – No decorrer da guerra antijaponesa, cresce um forte movimento de libertação nacional no Vietnã, Laos e Camboja, com a participação de comunistas e nacionalistas. No Vietnã, a guerra de libertação é dirigida pelo Vietminh, movimento de frente única fundado em 1941 pelo líder comunista Ho Chi Minh. Em 1945, o Vietminh ignora as decisões da Conferência de Potsdam quanto à divisão do Vietnã e proclama a República Democrática, tendo Hanói como capital. Nesse mesmo ano os britânicos ocupam a região sul e Saigon e, em 1946, passam a administração dessa região às autoridades coloniais francesas. O Vietminh aceita o retorno das tropas francesas em troca do reconhecimento da República do norte no âmbito da União Francesa. Os ultranacionalistas franceses decidem, porém, resolver o problema militarmente. Tropas seleccionadas ocupam o delta do rio Vermelho em 1946, deflagrando a guerra que se estende até 1954. O Vietminh combina táticas de guerrilha com a guerra de movimentos. A derrota final dos franceses ocorre na batalha de Dien Bien Phu, em Maio de 1954. A guerra se desenvolve também no Laos e no Camboja. A Conferência de Paz de Genebra, realizada em 1954, divide a Indochina em três Estados independentes: Laos, Camboja e Vietnã. O Vietnã permanece dividido pelo paralelo 17 em duas zonas até a realização das eleições em 1956.
 Índia – É o centro do Império Britânico na Ásia, incluindo também o actual Paquistão e Bengala Oriental (actual Bangladesh). Durante a 2a Guerra Mundial crescem os movimentos antibritânicos, que procuram um acordo de independência. O Partido do Congresso (pró-independência) sofre grande influência do movimento pacifista de Mohandas Ghandi. A Liga Muçulmana surge da divisão do Partido do Congresso, em 1940, com o objectivo de conseguir a separação do Paquistão da federação indiana. Em 1947, após a negativa de Ghandi e do Partido do Congresso a aceitar o status de domínio, é proclamada a independência, criada uma Assembléia Constituinte e formado um governo de transição. Em 1950 é proclamada a Constituição da União Indiana.
 Mohandas Karamchand Ghandi (1869-1948) – Principal artífice do movimento de independência indiano, é advogado formado em Londres e vive de 1907 a 1914 na África do Sul, onde inicia seu movimento pacifista. Ao retornar à Índia, consegue disseminar seu movimento, cujo método principal de luta é a resistência passiva, que nega qualquer colaboração com o domínio britânico, mas mediada pela não-violência (ahimsa). É preso pelo menos quatro vezes e sensibiliza a opinião pública fazendo greves de fome. Torna-se famoso por sua simplicidade: usa sandálias de camponês e roupas feitas com algodão que ele mesmo tece manualmente. Ganha o apelido de Mahatma (homem santo, patriarca). Tenta manter hindus e muçulmanos unidos, mas os muçulmanos preferem estabelecer um Estado separado, o Paquistão. Em sua homenagem, Indira, filha de Jawaharlal Nehru – o primeiro a ocupar os cargos de primeiro-ministro e chanceler da Índia independente –, adopta o sobrenome Ghandi. Ele aceita a divisão do país para evitar um banho de sangue, o que atrai a ira dos radicais nacionalistas hindus. Um deles assassina Gandhi com um tiro em Janeiro de 1948.
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 RENASCIMENTO ASIÁTICO JAPÃO Após completar a reconstrução do pós-guerra e realizar a reforma agrária por imposição americana, o Japão ingressa num rápido processo de desenvolvimento económico. O processo é facilitado pelo aniquilamento do poderoso movimento comunista japonês, numa onda de repressão desencadeada entre 1950 e 1955. No final dos anos 80, o país é a segunda maior potência económica mundial e compete com os Estados Unidos e a Comunidade Europeia pela hegemonia comercial. Potência económica – Alcançada por meio da combinação de planeamento estatal, uso optimizado das facilidades americanas, novos sistemas de organização do trabalho, novas tecnologias e agressiva política de exportações. O planeamento estatal é realizado através do Ministério do Comércio Internacional (Miti), que forma uma simbiose entre o Estado e as grandes corporações industriais para produzir em escala bens de baixo custo para o mercado internacional. O Estado garante às empresas japonesas reserva interna de mercado, desde que elas produzam a preços competitivos no mercado externo. As facilidades americanas são oferecidas através de créditos, investimentos e mercado para os produtos japoneses.
 Posição estratégica – As considerações militares de confronto com a União Soviética levam os Estados Unidos a criar essas facilidades para ter o Japão como aliado poderoso. A presença de tropas norte-americanas no país libera recursos que se destinariam à defesa sem comprometer a segurança nacional. A adopção de novas tecnologias, particularmente a microelectrónica, estimula o uso de robôs industriais (mais de 300 mil no final dos anos 80) e a maior participação dos trabalhadores através dos círculos de controlo de qualidade e outras formas de organização do trabalho que elevam a produtividade. As empresas japonesas lançam no mercado internacional produtos de alta tecnologia a baixos preços. Em vários casos, os preços são inferiores aos custos (dumping) para conquistar os mercados. No final dos anos 80, metade dos US$ 100 bilhões do deficit comercial norte-americano nasce do comércio com o Japão. O perfil da nova potência pode ser definido pelo fato de que, em 1970, somente oito das 100 maiores corporações industriais e 11 dos 100 maiores bancos mundiais são japoneses. Em 1988, 15 das 100 maiores corporações industriais e 24 dos 100 maiores bancos mundiais são japoneses. O PIB do Japão salta de US$ 201 bilhões em 1970 para US$ 3,3 triliões em 1990.
 Democracia autoritária – O Japão é normalmente caracterizado como uma democracia de tipo ocidental, porque sua Constituição do pós-guerra foi praticamente redigida pela força de ocupação norte-americana. Entretanto, o Partido Liberal Democrático (PLD) institui um sistema eleitoral que lhe garante o predomínio no governo por mais de 36 anos. A simbiose do Estado com as corporações económicas é fonte constante de corrupção e escândalos. Os escândalos de corrupção marcam a vida política japonesa desde os anos 70, quando começam a vir à tona sucessivos casos de subornos e doações irregulares feitas por grandes empresas japonesas ou estrangeiras e pelas máfias nacionais a membros do PLD no governo ou no Parlamento. Esses escândalos causam quedas de governos em 1974, 1989, 1991 e 1992 e levam à divisão e derrota eleitoral do PLD em 1993.
TIGRES ASIÁTICOS A partir dos anos 70, alguns países asiáticos apresentam um crescimento económico de proporções espectaculares. Coreia do Sul , Formosa (Taiwan), Hong Kong e Singapura saem na frente. Malásia, Tailândia e Indonésia juntam-se a eles nos anos 80. Novo modelo de crescimento – Caracterizado pela escolha da electrónica como sector industrial prioritário, voltado para a exportação; pela absorção de tecnologia por meio dos investimentos estrangeiros em associação com grupos nacionais e o Estado; pelas vantagens comparativas, baseadas principalmente na mão-de-obra barata, frágeis organizações sindicais, legislações trabalhistas pouco protectoras da força de trabalho e traços culturais conformistas, que reforçam a disciplina; e na intervenção estatal em todos os sectores da vida económica, em geral autoritariamente. O planeamento estatal é utilizado em larga escala, seguindo de perto o modelo japonês. O Japão e os Estados Unidos são os principais parceiros e investidores. Os Estados Unidos, em especial, abrem seu mercado para os produtos dos Tigres
 Autoritarismo político – Vigora em todos os tigres asiáticos durante os anos 70 e 80. Na Coreia do Sul, as mudanças de governo por meio de golpes de Estado, as perseguições a oposicionistas, os assassinatos políticos e os massacres de manifestantes e grevistas são a regra. Em Formosa, o regime autoritário de Chiang Kai-Shek prolonga-se até 1975. Entre 1975 e 1984, seu filho Chiang Ching-Kuo o substitui na chefia do Estado. Em 1985 tem início um processo de transição lenta para a democracia, embora o Kuomintang permaneça no poder. Em Hong Kong vigora a plena autoridade do governador inglês. Em 1984 o Reino Unido e a China fazem um acordo para a devolução do território à soberania chinesa em agosto de 1997. A China se compromete a manter o sistema capitalista em Hong Kong durante 50 anos e a dar autonomia administrativa ao território. Singapura possui um sistema parlamentar autoritário, enquanto Malásia e Tailândia possuem monarquias parlamentares em que os militares exercem grande influência política.
 ABERTURA DA CHINA Tem início em 1978, com o desfecho dos conflitos entre facções que se seguiram à morte de Mao Tse-tung, em 1976. O grupo político liderado por Deng Xiaoping assume gradativamente o controle do Partido Comunista e do aparelho de Estado. As reformas têm por base um projeto estratégico de longo prazo que inclui mudanças radicais na agricultura, modernização da indústria, ampla abertura da economia chinesa ao exterior. No plano político, não se admitem mudanças no papel dirigente atribuído ao Partido Comunista. O aparelho de repressão permanece intacto e a liberdade individual se restringe ao plano económico. Assim como na URSS pós-perestroika, começa a surgir uma classe empresarial enriquecida. A supressão dos mecanismos tradicionais de seguridade social e o surgimento repentino de um ambiente económico competitivo também favorecem o empobrecimento de uma parcela da população e aumentam a desigualdade na distribuição de renda. Economia de mercado – Começa a ser implantada em 1978, com as reformas na agricultura. Inicialmente são abolidas as comunas agrícolas. A propriedade privada se dissemina também no comércio e posteriormente na indústria.
. Abertura ao exterior – Inicialmente, ela ocorre com a definição de quatro Zonas Económicas Especiais e 14 portos livres para investimentos estrangeiros e comércio exterior. As Zonas Económicas Especiais são áreas territoriais liberadas para a instalação de indústrias financiadas com capital externo. Nos portos livres as empresas chinesas podem negociar livremente com o mercado externo e são permitidos investimentos estrangeiros em patamares inferiores aos das zonas económicas especiais. Ao longo dos anos, a liberalização se estende a outras regiões do país. O comércio externo chinês salta de US$ 4,6 bilhões em 1970 para US$ 38 bilhões em 1980 e US$ 196 bilhões em 1994. Reformas na indústria – Realizadas experimentalmente desde 1979, mas implementadas em larga escala a partir de 1984. Consistem na adopção da autonomia pelas empresas estatais, acompanhada de contratos de responsabilidade com o colectivo de trabalhadores, na permissão de instalação de empresas privadas e nas reformas de preços e salários. Teoricamente, cada empresa estatal passa a assumir os riscos e os benefícios pela produção e venda da produção. As empresas deixam de receber verbas do Estado, ficando com a renda do que produzem. Há dificuldades, porém, quando se trata de liberalizar os riscos. O Estado frequentemente socorre empresas em dificuldades e somente em 1993 é aprovada uma lei de falências. As empresas privadas podem ser implantadas em todos os sectores produtivos, excepto os estratégicos de monopólio estatal (indústrias espacial, militar e telecomunicações). Estimuladas com financiamento estatal, particularmente nas áreas de serviços (hotelaria, restaurantes, comércio varejista), em 1990 as empresas privadas já constituem 20% do total. Em 1992 começa a funcionar a Bolsa de Valores de Xangai, a primeira iniciativa de liberalização no sector financeiro.
 Massacre da Praça da Paz Celestial – Uma novidade indesejada que acompanha a liberalização económica é a inflação, que surge pela primeira vez após 40 anos de preços estritamente controlados pelo governo. A inquietação social resultante se mescla ao descontentamento de alguns sectores urbanos com a falta de democracia. A tensão explode em 13 de Abril de 1989, com a morte do popular Hu Yaobang, ex-secretário-geral do Partido Comunista que anos antes fora considerado o herdeiro político de Mau. Dois dias depois, milhares de estudantes ocupam a Praça da Paz Celestial (Tian An Men), no centro de Pequim. O número chega a meio milhão de pessoas no final de Maio, quando Mikhail Gorbatchov chega a Pequim em visita oficial. O criador da glasnost e da perestroika é visto como herói por muitos dos manifestantes. As autoridades chinesas esperam que o visitante deixe o país; na madrugada de 4 de Junho, por ordem de uma reunião do Comité Central do PC presidida por Deng Xiaoping, tropas do Exército Popular de Libertação reprimem brutalmente os manifestantes, deixando um número de vítimas até hoje não estabelecido, que pode variar entre centenas (segundo a versão do governo) a milhares (de acordo com a oposição e observadores estrangeiros).
. Incerteza – Há grande expectativa na China e fora dela quanto ao que poderá ocorrer após a morte do principal artífice das reformas económicas. Deng Xiaoping, nascido em 1905, é um dos últimos representantes da carismática geração revolucionária de 1949 que ainda exercem grande influência no partido Comunista e no Exército – e, através deles, em toda a sociedade. Pequim já experimenta perda de controlo sobre as províncias, que se apropriam de forma crescente dos impostos que deveriam chegar ao governo central. Um processo de desagregação política e social semelhante ao observado nas repúblicas que pertenceram à URSS após a abolição do regime comunista poderia ocorrer também na China pós-Deng.


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