O
IMPERIALISMO
Por meio de sua
exploração do mercado mundial, a burguesia deu um carácter cosmopolita à
produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reaccionários,
retirou da indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram
destruídas ou estão-se destruindo dia a dia. São suplantadas por novas
indústrias, cuja introdução se torna uma questão de vida e morte para todas as nações
civilizadas, por indústrias que não empregam matérias-primas autóctones, mas
matérias-primas vindas das zonas mais remotas; indústrias cujos produtos se
consomem não somente no próprio país, mas em todas as partes do globo. Em lugar
das antigas necessidades, satisfeitas pela produção nacional, encontramos novas
necessidades que requerem para sua satisfação os produtos das regiões mais
longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento local e da
auto-suficiência das nações, desenvolvem-se, em todas as direcções, um
intercâmbio e uma interdependência universais.
E isso tanto na produção
material quanto na intelectual. (...) Com o rápido aprimoramento dos meios de
produção, com as imensas facilidades dos meios de comunicação, a burguesia
arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os baixos preços
de suas mercadorias formam a artilharia pesada com que destrói todas as
muralhas da China, com que obriga à capitulação dos bárbaros mais hostis aos
estrangeiros. Força todas as nações, sob pena de extinção, a adoptarem o modo
burguês de produção; força-as a adoptarem o que ela chama de civilização, isto
é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem. MARX,
Karl e ENGELS, F. Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Zahar,
1982, p. 97
“O mundo está quase todo
parcelado, e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado.
Pense nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos
atingir. Eu anexaria os planetas, se pudesse; penso sempre nisso. Entristece-me
vê-los tão clara mente, e ao mesmo tempo tão distantes.” (Cecil Rhodes 1895)
O IMPERIALISMO DEFINIÇÃO•
Imperialismo ou Neocolonialismo: fenómeno económico, social, político e
cultural ocorrido no mundo de finais do século XIX e início do XX (mais
especificamente, entre 1875 e 1914), marcado basicamente pela divisão do
planeta entre as potências industriais- capitalistas europeias.
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• Na segunda metade do século XIX, a Revolução Industrial, até então
praticamente restrita à Inglaterra, expandiu-se e alcançou outras partes da Europa
e do mundo, notadamente Alemanha e Itália recém-unificadas, Rússia, Estados
Unidos e Japão.
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• Além disso, a tecnologia industrial sofisticou-se, atingindo vários sectores
da produção (metalurgia, siderurgia, petroquímica), ampliando
significativamente a produtividade das indústrias.
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• Uma produção crescente de mercadorias exigia novos mercados
consumidores de géneros industriais, uma vez que a população europeia, em sua
maioria miseráveis moradores das cidades industriais, não detinha poder
aquisitivo para consumir, na escala exigida pelas novas indústrias, as
mercadorias que saíam da fábricas, onde normalmente trabalhavam. Verificava-se,
na Europa desse período, o fenómeno da superprodução.
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• crescimento demográfico: a partir de meados do século XIX, a
população europeia passou a crescer em ritmo acelerado, devido, sobretudo, à
queda da mortalidade dadas às inovações da ciência médica; surgiu assim um
excedente demográfico, formado principalmente, por pobres, que ameaçava a
estabilidade da relações sociais na Europa, até porque, esses marginalizados
buscavam, cada vez mais, organizar-se em torno das propostas socialistas;
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• busca de matérias- primas: a indústria começava a usar uma
tecnologia cada vez mais sofisticada, o que exigia matérias-primas exóticas,
encontradas em pontos remotos do planeta, como o cobre, o petróleo, manganês,
borracha, etc.
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• busca de investimentos de capital: na Europa, havia um grande
capital que não podia ser reinvestido na produção sem agravar o problema do
excedente produtivo; assim, esse capital precisava ser direccionado para outras
áreas do planeta, favorecendo o controle político e o escoamento de mercadorias
nas regiões dominadas pelos países europeus;
O IMPERIALISMO FATORES
GERADORES• ascensão do movimento operário: os trabalhadores europeus estavam
paulatinamente se organizando em torno dos sindicatos e dos partidos operários,
adeptos normalmente das ideologias socialista e anarquista; para neutralizar a
força política dos trabalhadores que ameaçava a dominação burguesa, apelou-se
para um discurso que minimizava as reivindicações operárias (salário, jornada
de trabalho, direitos trabalhistas...) em detrimento da busca da grandeza da
nação, da qual todos, mais cedo ou mais tarde, seriam beneficiários.
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• concentração da produção e do capital em um número reduzido de
países e indivíduos (alta burguesia);
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• capital financeiro: fusão entre capital industrial e capital
bancário, com predomínio deste último;
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• exportação de capitais dos núcleos capitalistas desenvolvidos
para a periferia; os investimentos realizados nas colónias ou áreas de
influência privilegiavam a infra-estrutura de transportes, energia e
comunicações, a fim de agilizar o escoamento das mercadorias e facilitar a
dominação;
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• associações monopolistas: surgimento de truzes, cartéis e
holdings que controlavam produção e mercados;
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• partilha do mercado mundial e divisão territorial do planeta
entre potências industriais; a dominação poderia ser directa - quando uma
região se converte em colónia de uma nação - ou indirecta - quando uma nação
industrializada estabelece o controlo económico sobre certas regiões, contando,
para isso, com a conivência da elite nativa;
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• Darwinismo Social• Transposição da teoria de Darwin acerca dos
fenómenos biológicos para os fenómenos sociais• Foi empregado para tentar
explicar a pobreza pós- revolução industrial, sugerindo que os que estavam
pobres eram os menos aptos (segundo interpretação da época da teoria de Darwin)
e os mais ricos que evoluíram economicamente seriam os mais aptos a sobreviver
por isso os mais evoluídos.
O IMPERIALISMO CARACTERÍSTICAS•
“o fardo do homem branco”:• "The White Mans Burden" justificativa
ideológica do imperialismo; os europeus brancos julgavam-se uma raça superior
detentora da civilização; os demais povos não-brancos eram considerados, até
mesmo biologicamente, inferiores. Cabia, pois, aos brancos a “dura missão” de
levar aos que viviam nas trevas da ignorância e da barbárie, a luz da
civilização e do conhecimento. Esta propaganda de sabão usa o tema do
"Fardo do Homem Branco" para encorajar pessoas brancas a ensinar noções
de higiene a membros de outras raças.
O IMPERIALISMO
CARACTERÍSTICAS• A África e a Ásia foram os continentes sobre os quais se
estabeleceu o imperialismo europeu de fins do século XIX.
Sem comentários:
Enviar um comentário