Por:
Carlos Nivagara( 2013)
Introdução
A educação sendo uma prática social presente em
diferentes espaços e momentos da produção da vida social, e a educação escolar,
objeto de políticas públicas, cumpre destacado papel nos processos formativos
por meio dos diferentes níveis, ciclos e modalidades educativas. Mesmo na
educação formal, que ocorre por intermédio de instituições educativas, a
exemplo das escolas de educação básica, são diversas as finalidades
educacionais estabelecidas, assim como são distintos os princípios que orientam
o processo ensino-aprendizagem, pois cada país, com sua trajetória
histórico-cultural e com o seu projeto de nação, estabelece diretrizes e bases
para o seu sistema educacional.
A análise da Qualidade da Educação deve se dar em uma
perspectiva polissêmica, uma vez que esta categoria traz implícita múltiplas
significações. O exame da realidade educacional, sobretudo em Moçambique, com
seus diferentes actores individuais e institucionais, evidencia que são diversos
os elementos para qualificar, avaliar e precisar a natureza, as propriedades e
os atributos desejáveis ao processo educativo, tendo em vista a produção,
organização, gestão e disseminação de saberes e conhecimentos fundamentais ao
exercício da cidadania.
Nesta visao, pretendemos com este trabalho olhar as
tendencias actuais do sistema educativo em moçambique no que concerne a sua
qualidade. Assim, a primeira parte resevar-se-a depois da introducao, os
objectivos, problema de estudo e sua justificativa, segue-se a
pergunta de partida, conceitos relevantes, desenvolvimento teorico e por fim a
discusao dos resultados em forma de conclusao.
- Objectivos
1.1.Objectivo geral
Desenvolver uma abordgem em torno da gestão de qualidade no processo de
ensino e aprendizagem.
1.2.Objectivos especificos
ü Identificar os desafios do sistema educativo em
Moçambique;
ü Descrever em termos teoricos a gestão de qualidade
sengundo autores;
ü Criar uma conclusão com base nos resultados obtidos no
terreno com um dos actores no processo de gestao escolar.
- Pergunta de partida
Até que ponto a gestao escolar influencia a qualidade no processo de
ensino-aprendizagem?
- Problema de estudo e sua justificativa
Em Moçambique, após a introdução do novo currículo em
2003, verifica-se o descontentamento por parte dos pais e/ou e encarregados de
educação alegando uma baixa significante na qualidade do ensino posto aos seus
educandos principalmente na leitura e escrita, e que quando estes terminam o
ensino primário completo, continuam com muitas lacunas baixando assim o seu
rendimento escolar. Neste contexto, estudar os tipos de gestao aplicado nas
escola face a melhoria da qualidade de ensino, vai ajudar a compreender as
causas dessas dificuldades, de modo a propor formas de melhoria da qualidade de
ensino nas escolas Moçambicanas.
- Definicao de conceitos
ü
Gestão: segundo
Bilhim (2000) apud Rasmi & Jacinto Salvador Cuco, compreende a
implementação de políticas, procedimentos, regras e regulamentos, conforme
definidos pela administração.
ü Qualidade
da Educação: entendida como fenômeno complexo, deve ser
abordada a partir de várias perspectivas que assegurem dimensões comuns. Segundo
Boletim da Unesco (2003), a OCDE e a Unesco apud Luiz Fernandes Dourado (Coord), João Ferreira de Oliveira e Catarina de Almeida Santos utilizam como paradigma, para
aproximação da Qualidade da Educação, a relação insumosprocessos-resultados.
Desse modo, a Qualidade da Educação é definida envolvendo a relação entre os recursos
materiais e humanos, bem como, a partir da relação que ocorre na escola e na
sala de aula, ou seja, os processos ensino aprendizagem, os currículos, as expectativas
de aprendizagem com relação a aprendizagem das crianças etc. Destaca, ainda,
que a qualidade pode ser definida a partir dos resultados educativos,
representados pelo desempenho do aluno.
- Desenvolvimento teorico
Na última década de nosso século enfrentamos uma mudança
surpreendente, incerta e brusca no cenário político que tem regido os
intercâmbios internacionais durante a segunda metade do século.XIX; quando os
sinais de aberta confrontação parecem diminuir ante a força do diálogo e da
busca de um consenso, cabe esperar uma orientação da política e da economia
mais inclinada à satisfação das necessidades sociais. Ao mesmo tempo que a
abertura política demanda novos comportamentos, as exigências do
desenvolvimento econômico e suas conseqüências sociais traçam claramente novos
rumos a uma intervenção individual e coletiva dos cidadãos, ante um processo de
troca vertiginosa e imprescindível. Diante de tal panorama, a qualidade do
ensino na formação do cidadão está se convertendo em um problema público de primeira
ordem. Nem a preparação científico-técnica, nem, em particular a formação
cultural e humana, nem ao menos a esperada função compensatória da escola têm alcançado,
em alguma parte, o nível de satisfação
prometido e cada dia exigido com maior urgência ( Angel I. Pérez Gómez; p.29) .
Segundo este mesmo
autor, é evidente que o conceito de qualidade do ensino, como qualquer outro
referido a uma atividade prática social, é, por natureza um conceito polêmico,
diferentemente elaborado em virtude de diversas perspectivas teórico-práticas
que afirmam distintos valores e defendem variados e contrapostos interesses.
Assim, na perspectiva instrumental a qualidade do ensino
reside na eficácia com que se conseguem os resultados previstos para cada etapa
do sistema educativo, conferindo, portanto, especial relevância à definição
prévia de objetivos e à medição exata de resultados. O conceito de eficácia, ao
mesmo tempo, relaciona-se estritamente com o conceito de economia em suas duas
vertentes: externa e interna. Em sua vertente externa ao considerar que o
sistema educativo é eficaz quando seus produtos se correspondem em qualidade e
orientação com as exigências das tarefas e trabalhos requeridos na economia de
mercado, em sua vertente interna ao priorizar na escola e no sistema a economia
de esforços e recursos, na consecução satisfatória dos objetivos propostos.
Nesta perspectiva, o ensino é um instrumento técnico a
serviço de objetivos políticos, definidos prioritariamente por exigências
econômicas, em todo caso externas, cuja qualidade reside na eficácia econômica
de sua consecução. O ensino se converte em um meio para realização de fins,
cuja definição lhe escapa.
Na perspectiva que se denomina ética, a qualidade
do ensino não se situa principalmente na eficácia com que se conseguem
resultados preestabelecido, mas se colocam em destaque as seguintes
proposições:
ü Considera-se que o ensino, como toda prática social,
contingente a algumas circunstâncias históricas e espaciais determinadas,
encontra-se transpassada por opções de valor e, portanto, identificam sua
qualidade nos valores intrínsecos que se desenvolvem na mesma atividade, no
resultado mesmo que adquire a própria prática, e não nos fins externos aos
quais serve.
ü No ensino, como em outras formas de prática social, não
tem sentido a diferença entre meios e fins, realizações e valores. Os meios não
podem considerar-se independentes dos fins, nem os fins justificam os meios. As
realizações humanos estão inevitavelmente carregadas de valores subjetivos, e
os valores devem considerar-se feitos que condicionam o sentimento, a conduta e
o pensamento dos homens. Quando o indivíduo, o grupo ou a coletividade se
implicam em uma atividade, em alguma medida estão sendo conformados por ela. A
forma específica de implicação produz a curto, médio ou longo prazo, efeitos
cujo sentido antropológico é necessário "valorizar", com
independência do valor ou qualidade dos resultados obtidos através de tal
atividade humana.
ü Na prática educativa não há actividades indiferentes que
adquiram seu sentido em função do objetivo proposto que se pretende alcançar.
Pelo contrário, o significado intrínseco das tarefas e relacionamentos nos
quais se envolvem os alunos, é o que vai definindo paulatina, mas
progressivamente, o sentido e qualidade do desenvolvimento dos diferentes
aspectos de sua personalidade. Quando os alunos, por exemplo, gastam mal seu
tempo na realização de atividades e no aprendizado de conteúdos em que não
encontram sentido, estão aprendendo, de maneira mais ou menos consciente, a
subordinar seus desejos e princípios às exigências contingentes impostas, de
modo talvez sutil, externamente.
ü Os efeitos mais significativos da prática educativa não
são sempre aqueles que se manifestam no mais curto prazo de tempo como requer o
enfoque instrumental. Os efeitos que têm uma vida mais prolongada e que,
portanto, intervém de forma mais definitiva na configuração do homem adulto se
alojam nas estruturas e esquemas do pensamento e da conduta, não confundindo-se
necessariamente com as manifestações imediatas dos conhecimentos, habilidades
ou reações. Portanto, limitar o conceito de qualidade do ensino a uma medida
dos produtos observáveis a curto prazo, não supõe senão uma visão míope e pobre
de um campo tão complexo e extenso, que conduz inevitavelmente à ignorância no
terreno do conhecimento e à imprudência no terreno da ação.
ü Situar a qualidade do ensino no valor dos produtos, supõe
afirmar uma injustificada relação causal entre os processos do ensino e os
processos de aprendizagem. No melhor dos casos, só podemos afirmar que as
estratégias de ensino se propõem, e às vezes conseguem, facilitar os processos
de aprendizagem. A aquisição e elaboração do conhecimento no aprendiz é um
processo de construção subjetiva e não uma cópia passiva da realidade.
ü O enfoque ético considera que estabelecer a qualidade do
ensino na correspondência entre resultados constatados e objetivos
preestabelecido supõe uma grave restrição às possibilidades criadoras e
inovadoras do trabalho humano. A própria natureza do desenvolvimento humano
converte a educação a um processo aberto; quanto mais satisfação, mais
imprescindível. A prática educativa se justifica quando facilita para cada
indivíduo um rico processo de aprendizagem e desenvolvimento sem limites
conhecidos. Concretizar estes limites e especificá-los em manifestações
particulares observáveis é sucumbir de novo à intenção de controlar, matando a
riqueza e cerceando a diversidade.
As metas educativas que se podem prever como desejáveis
são, em todo caso, princípios de procedimentos que potencializam o
desenvolvimento autônomo do cidadão, e que, por ele mesmo, diversificam-se
quando se concretizam em cada aprendiz singular.
Por outo lado, Maia (2003) apud PEREIRA, Maria Isailma Barros & BOTLER, Alice Miriam Happ, refere que, creditamos
que independentemente do olhar diferente sobre a educação, todos os envolvidos
com a questão, desde os organismos internacionais até governos locais e
profissionais da área estão preocupados com o mesmo problema: a falta de
qualidade no sistema. A questão é muito complexa: o que pode ser qualidade para
uns, pode não o ser para outros; porém, existe unanimidade em considerar que a
política educacional não está cumprindo seu papel com qualidade no ensino.
Bibliografia
DOURADO,Luiz Fernandes (Coord), OLIVEIRA, João Ferreira e SANTOS, Catarina
de Almeida. A qualidade da Educação:
coneitos e definições; Ministério da Educação: Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
GÓMEZ,
Angel I. Pérez. Qualidade do ensino e desenvolvimento profissional
do docente como intelectual; v simpósio Paulista de Educação;
Rasmi & CUCO, Jacinto Salvador. Organização e Gestão Escolar. Universidade Pedagógica; Maputo;
PEREIRA, Maria Isailma Barros
& BOTLER, Alice Miriam Happ. A
Qualidade do ensino como conceito inerente à ação gestora escolar; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco – Campus Ipojuca. 2Universidade Federal de Pernambuco
- Campus Recife
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