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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Analise da qualidade da Educacao



Por: Carlos Nivagara( 2013)

Introdução

A educação sendo uma prática social presente em diferentes espaços e momentos da produção da vida social, e a educação escolar, objeto de políticas públicas, cumpre destacado papel nos processos formativos por meio dos diferentes níveis, ciclos e modalidades educativas. Mesmo na educação formal, que ocorre por intermédio de instituições educativas, a exemplo das escolas de educação básica, são diversas as finalidades educacionais estabelecidas, assim como são distintos os princípios que orientam o processo ensino-aprendizagem, pois cada país, com sua trajetória histórico-cultural e com o seu projeto de nação, estabelece diretrizes e bases para o seu sistema educacional.
A análise da Qualidade da Educação deve se dar em uma perspectiva polissêmica, uma vez que esta categoria traz implícita múltiplas significações. O exame da realidade educacional, sobretudo em Moçambique, com seus diferentes actores individuais e institucionais, evidencia que são diversos os elementos para qualificar, avaliar e precisar a natureza, as propriedades e os atributos desejáveis ao processo educativo, tendo em vista a produção, organização, gestão e disseminação de saberes e conhecimentos fundamentais ao exercício da cidadania.
Nesta visao, pretendemos com este trabalho olhar as tendencias actuais do sistema educativo em moçambique no que concerne a sua qualidade. Assim, a primeira parte resevar-se-a depois da introducao, os objectivos, problema de estudo e sua justificativa, segue-se a pergunta de partida, conceitos relevantes, desenvolvimento teorico e por fim a discusao dos resultados em forma de conclusao.

  1. Objectivos
1.1.Objectivo geral
Desenvolver uma abordgem em torno da gestão de qualidade no processo de ensino e aprendizagem.
1.2.Objectivos especificos
ü  Identificar os desafios do sistema educativo em Moçambique;
ü  Descrever em termos teoricos a gestão de qualidade sengundo autores;
ü  Criar uma conclusão com base nos resultados obtidos no terreno com um dos actores no processo de gestao escolar.
  1. Pergunta de partida
Até que ponto a gestao escolar influencia a qualidade no processo de ensino-aprendizagem?

  1. Problema de estudo e sua justificativa
Em Moçambique, após a introdução do novo currículo em 2003, verifica-se o descontentamento por parte dos pais e/ou e encarregados de educação alegando uma baixa significante na qualidade do ensino posto aos seus educandos principalmente na leitura e escrita, e que quando estes terminam o ensino primário completo, continuam com muitas lacunas baixando assim o seu rendimento escolar. Neste contexto, estudar os tipos de gestao aplicado nas escola face a melhoria da qualidade de ensino, vai ajudar a compreender as causas dessas dificuldades, de modo a propor formas de melhoria da qualidade de ensino nas escolas Moçambicanas.
  1. Definicao de conceitos
ü  Gestão: segundo Bilhim (2000) apud Rasmi & Jacinto Salvador Cuco, compreende a implementação de políticas, procedimentos, regras e regulamentos, conforme definidos pela administração.
ü  Qualidade da Educação:  entendida como fenômeno complexo, deve ser abordada a partir de várias perspectivas que assegurem dimensões comuns. Segundo Boletim da Unesco (2003), a OCDE e a Unesco apud Luiz Fernandes Dourado (Coord), João Ferreira de Oliveira e Catarina de Almeida Santos utilizam como paradigma, para aproximação da Qualidade da Educação, a relação insumosprocessos-resultados. Desse modo, a Qualidade da Educação é definida envolvendo a relação entre os recursos materiais e humanos, bem como, a partir da relação que ocorre na escola e na sala de aula, ou seja, os processos ensino aprendizagem, os currículos, as expectativas de aprendizagem com relação a aprendizagem das crianças etc. Destaca, ainda, que a qualidade pode ser definida a partir dos resultados educativos, representados pelo desempenho do aluno.

  1. Desenvolvimento teorico
Na última década de nosso século enfrentamos uma mudança surpreendente, incerta e brusca no cenário político que tem regido os intercâmbios internacionais durante a segunda metade do século.XIX; quando os sinais de aberta confrontação parecem diminuir ante a força do diálogo e da busca de um consenso, cabe esperar uma orientação da política e da economia mais inclinada à satisfação das necessidades sociais. Ao mesmo tempo que a abertura política demanda novos comportamentos, as exigências do desenvolvimento econômico e suas conseqüências sociais traçam claramente novos rumos a uma intervenção individual e coletiva dos cidadãos, ante um processo de troca vertiginosa e imprescindível. Diante de tal panorama, a qualidade do ensino na formação do cidadão está se convertendo em um problema público de primeira ordem. Nem a preparação científico-técnica, nem, em particular a formação cultural e humana, nem ao menos a esperada função compensatória da escola têm alcançado, em alguma parte, o nível de satisfação
prometido e cada dia exigido com maior urgência ( Angel I. Pérez Gómez; p.29) .
 Segundo este mesmo autor, é evidente que o conceito de qualidade do ensino, como qualquer outro referido a uma atividade prática social, é, por natureza um conceito polêmico, diferentemente elaborado em virtude de diversas perspectivas teórico-práticas que afirmam distintos valores e defendem variados e contrapostos interesses.
Assim, na perspectiva instrumental a qualidade do ensino reside na eficácia com que se conseguem os resultados previstos para cada etapa do sistema educativo, conferindo, portanto, especial relevância à definição prévia de objetivos e à medição exata de resultados. O conceito de eficácia, ao mesmo tempo, relaciona-se estritamente com o conceito de economia em suas duas vertentes: externa e interna. Em sua vertente externa ao considerar que o sistema educativo é eficaz quando seus produtos se correspondem em qualidade e orientação com as exigências das tarefas e trabalhos requeridos na economia de mercado, em sua vertente interna ao priorizar na escola e no sistema a economia de esforços e recursos, na consecução satisfatória dos objetivos propostos.
Nesta perspectiva, o ensino é um instrumento técnico a serviço de objetivos políticos, definidos prioritariamente por exigências econômicas, em todo caso externas, cuja qualidade reside na eficácia econômica de sua consecução. O ensino se converte em um meio para realização de fins, cuja definição lhe escapa.
Na perspectiva que se denomina ética, a qualidade do ensino não se situa principalmente na eficácia com que se conseguem resultados preestabelecido, mas se colocam em destaque as seguintes proposições:
ü  Considera-se que o ensino, como toda prática social, contingente a algumas circunstâncias históricas e espaciais determinadas, encontra-se transpassada por opções de valor e, portanto, identificam sua qualidade nos valores intrínsecos que se desenvolvem na mesma atividade, no resultado mesmo que adquire a própria prática, e não nos fins externos aos quais serve.
ü  No ensino, como em outras formas de prática social, não tem sentido a diferença entre meios e fins, realizações e valores. Os meios não podem considerar-se independentes dos fins, nem os fins justificam os meios. As realizações humanos estão inevitavelmente carregadas de valores subjetivos, e os valores devem considerar-se feitos que condicionam o sentimento, a conduta e o pensamento dos homens. Quando o indivíduo, o grupo ou a coletividade se implicam em uma atividade, em alguma medida estão sendo conformados por ela. A forma específica de implicação produz a curto, médio ou longo prazo, efeitos cujo sentido antropológico é necessário "valorizar", com independência do valor ou qualidade dos resultados obtidos através de tal atividade humana.
ü  Na prática educativa não há actividades indiferentes que adquiram seu sentido em função do objetivo proposto que se pretende alcançar. Pelo contrário, o significado intrínseco das tarefas e relacionamentos nos quais se envolvem os alunos, é o que vai definindo paulatina, mas progressivamente, o sentido e qualidade do desenvolvimento dos diferentes aspectos de sua personalidade. Quando os alunos, por exemplo, gastam mal seu tempo na realização de atividades e no aprendizado de conteúdos em que não encontram sentido, estão aprendendo, de maneira mais ou menos consciente, a subordinar seus desejos e princípios às exigências contingentes impostas, de modo talvez sutil, externamente.
ü  Os efeitos mais significativos da prática educativa não são sempre aqueles que se manifestam no mais curto prazo de tempo como requer o enfoque instrumental. Os efeitos que têm uma vida mais prolongada e que, portanto, intervém de forma mais definitiva na configuração do homem adulto se alojam nas estruturas e esquemas do pensamento e da conduta, não confundindo-se necessariamente com as manifestações imediatas dos conhecimentos, habilidades ou reações. Portanto, limitar o conceito de qualidade do ensino a uma medida dos produtos observáveis a curto prazo, não supõe senão uma visão míope e pobre de um campo tão complexo e extenso, que conduz inevitavelmente à ignorância no terreno do conhecimento e à imprudência no terreno da ação.
ü  Situar a qualidade do ensino no valor dos produtos, supõe afirmar uma injustificada relação causal entre os processos do ensino e os processos de aprendizagem. No melhor dos casos, só podemos afirmar que as estratégias de ensino se propõem, e às vezes conseguem, facilitar os processos de aprendizagem. A aquisição e elaboração do conhecimento no aprendiz é um processo de construção subjetiva e não uma cópia passiva da realidade.
ü  O enfoque ético considera que estabelecer a qualidade do ensino na correspondência entre resultados constatados e objetivos preestabelecido supõe uma grave restrição às possibilidades criadoras e inovadoras do trabalho humano. A própria natureza do desenvolvimento humano converte a educação a um processo aberto; quanto mais satisfação, mais imprescindível. A prática educativa se justifica quando facilita para cada indivíduo um rico processo de aprendizagem e desenvolvimento sem limites conhecidos. Concretizar estes limites e especificá-los em manifestações particulares observáveis é sucumbir de novo à intenção de controlar, matando a riqueza e cerceando a diversidade.
As metas educativas que se podem prever como desejáveis são, em todo caso, princípios de procedimentos que potencializam o desenvolvimento autônomo do cidadão, e que, por ele mesmo, diversificam-se quando se concretizam em cada aprendiz singular.
Por outo lado, Maia (2003) apud PEREIRA, Maria Isailma Barros & BOTLER, Alice Miriam Happ, refere que, creditamos que independentemente do olhar diferente sobre a educação, todos os envolvidos com a questão, desde os organismos internacionais até governos locais e profissionais da área estão preocupados com o mesmo problema: a falta de qualidade no sistema. A questão é muito complexa: o que pode ser qualidade para uns, pode não o ser para outros; porém, existe unanimidade em considerar que a política educacional não está cumprindo seu papel com qualidade no ensino.


























Bibliografia
DOURADO,Luiz Fernandes (Coord), OLIVEIRA, João Ferreira e SANTOS, Catarina de Almeida.  A qualidade da Educação: coneitos e definições; Ministério da Educação: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
GÓMEZ, Angel I. Pérez. Qualidade do ensino e desenvolvimento profissional do docente como intelectual; v simpósio Paulista de Educação;
Rasmi & CUCO, Jacinto Salvador. Organização e Gestão Escolar. Universidade Pedagógica; Maputo;
PEREIRA, Maria Isailma Barros & BOTLER, Alice Miriam Happ. A Qualidade do ensino como conceito inerente à ação gestora escolar; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Ipojuca. 2Universidade Federal de Pernambuco - Campus Recife



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